Nesta quarta-feira, dia 18, a Câmara de Representantes dos Estados Unidos deu inicio as previstas seis horas de discussões a respeito do impeachment do presidente Donald Trump.
As acusações contra Trump atingem dois artigos, o de “abuso de poder” e “obstrução ao trabalho do congresso”. O primeiro está ligado as acusações de ter utilizado do seu posto de presidente dos EUA como meio de interferir no governo ucraniano, chantageando-o em busca de conseguir uma investigação contra a família de Joe Biden, membro do Partido Democrata e possível adversário nas eleições de 2020.
Já a chamada “obstrução” refere-se ao fato do presidente Donald Trump recusar-se a responder em relações as acusações, não entregando os documentos requisitados pelos investigadores, “bloqueando” assim o trabalho de investigação em relação ao caso, impedindo que o mesmo se desenvolve-se
O caso foi recentemente confirmado pelo próprio Trump, admitindo ter pedido ajuda ao presidente da Ucrânia. No entanto os intuitos políticos são negados, levando a enviar uma furiosa carta à presidenta da Câmara, Nancy Pelosi, acusando o processo de golpe de Estado.
Fato é que a burguesia norte-americana está em crise, divida desde as últimas eleições presidenciais, e seu setor mais forte do imperialismo já visa há tempos uma maneira de derrubar Trump, em um golpe que busca retomar o poder para a ala mais poderosa da burguesia norte-americana, e prosseguir com consistência na política de rapina internacional.
Donald Trump é um membro da extrema-direita, apoiado por fascistas de todo os EUA, e tem como base setores da indústria nacional. Contudo, está longe de ser um representante ideal para o imperialismo, que tentou inicialmente emplacar Hillary Clinton dos democratas, e agora derrubando-o tenta assumir o controle nas vésperas da corrida eleitoral de 2020.
Quando Trump fala que “Se fosse assim, todo presidente dos EUA teria sofrido impeachment por diversas vezes” é demonstrado com evidência o caráter da operação. Longe de como declarado por setores da esquerda-pequeno burguesa, o processo de impeachment dos EUA nada mais é que um interesse da burguesia norte-americana. Utilizando até mesmo essa declaração de Trump como base, vemos que certamente o intuito “impedir interferências em outros governos” está longe de ser uma preocupação nos EUA, país esse que tem nos últimos tempos o imperialismo que mais protagonizou invasões e golpes de Estado.
A que tudo indica o processo de impeachment contra Trump será aprovado no congresso, isso devido ao voto em bloco dos Democratas que ocupam a maioria das cadeiras. Contudo, as coisas não param por ai, e após a aprovação ou não do processo, este será julgado em senado, e Trump promete resistir nesse embate de diferentes setores da burguesia estadunidense.
A crise no principal país imperialista do mundo aumenta drasticamente junto a crise mundial. Esta situação de grandes conflitos internos no governo é aos poucos um sintoma de algo que vai atingir toda a sociedade. Com o aumento da miséria e a opressão do Estado, já desenvolvem-se nos EUA um fortalecimento de setores mais à esquerda dos tradicionais partidos, um reflexo da crise geral que vive o capitalismo.
Após o aprovação, a câmara irá nomear os parlamentares que serão os promotores do julgamento, enquanto os senadores serão os jurados, em um processo de que é um dos mais conturbados dos últimos tempos.