Mais uma vez o VAR apareceu no Campeonato Brasileiro para destruir o futebol. E foi justo no jogo entre Corinthians e Flamengo, o Clássico das Multidões, terminado em 1 a 1 no Itaquerão.
O gol de pênalti do Timão foi marcado por Clayson em jogada que foi resultado do ação do VAR. O gol do Flamengo foi marcado na etapa final, por Gabigol, também após interferência do árbitro de vídeo. Nos dois gols da partida o VAR roubou a cena, Os torcedores do clube prejudicado diriam que ele roubou outra coisa também, mas deixemos isso para as discussões nas ruas.
Independente do mérito dos lances em que o VAR interveio é preciso deixar claro que o clássico entre os dois times de maior torcida do País foi decidido por alguns sujeitos sentados na frente de um computador. A paixão de milhões de torcedores e o trabalho dos jogadores e comissão técnica dos times é engolida pela decisão completamente arbitrária de sabe-se lá quem.
As trapalhadas do árbitro de vídeo estão colocando em xeque sua utilização. Mesmo comentaristas da imprensa golpista não conseguem esconder o que é o VAR. Seu papel como inimigo do futebol é muito escancarado, difícil de esconder. Por isso os grandes interessados no VAR fazem um esforço para blindá-lo. Com tanta dificuldade que o presidente da comissão de arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, declarou: “Torna futebol mais frio? Sim. E mais justo”, uma defesa bem envergonhada, que admite que na realidade o VAR é inimigo do futebol.
Caminhamos para a morte do futebol, o que equivale dizer que estamos indo no sentido do predomínio do chamado futebol moderno. O esporte sem graça, moralmente desprezível justamente por cinicamente se propor “ético e limpo”, sem arte e sem emoção. O mesmo futebol moderno que impede a festa das torcidas, que impõe a torcida única nos estádios, que cobra um preço abusivo nos ingressos nas arenas.
Logicamente que, contra essa tendência, contamos com a força do povo que é a única capaz de enfrentar a tentativa de assassinato do futebol. O mesmo povo, negro e trabalhador, que tomou para si um esporte que era da burguesia para transforma-lo em arte.
É possível derrotar o futebol moderno e destruir o VAR é condição para isso.