Em entrevista recente, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Leonardo Gaciba, apresentou seu pacote de mudanças para o mecanismo de VAR para 2020. No ano de sua estreia, a vídeo arbitragem se mostrou um grande fracasso, pois enquanto se esperava que a confiabilidade do apito se recuperasse, as torcidas notaram que ocasionalmente a ferramenta foi acionada e em outras semelhantes o jogo seguia.
O primeiro ponto é estabelecer uma central de VAR, onde os árbitros de vídeo invariavelmente ficarão, ou seja, centralizar a um único local a checagem de lances polêmicos, não mais nos estádios. A centralização geográfica da checagem só estreita a submissão dos árbitros para com seus superiores da CBF. A argumentação seria de que isso torna a comunicação entre os árbitros de vídeo e o árbitro principal mais dinâmica. Ora essa, a comunicação melhora com o aumento da distância?
Outra proposta é que os lances de checagem sejam exibidos nos telões dos estádios. Na verdade fica a pergunta: quem vai determinar qual ângulo será exibido nos telões? Afinal de contas comenta-se muito no jornalismo esportivo, às vezes vindo até da boca de ex-árbitros o fato de que o ângulo exibido ou a velocidade com que o lance é mostrado nas telas pode fazer com que uma jogada limpa pareça faltosa e vice versa.
O VAR nada mais é do que uma maneira de fazer com que o futebol gerido por capitalistas ganhe um verniz de honestidade. Algo que imediatamente foi percebido por torcidas em 2019 e inclusive gerando protestos contundentes, como a partida do segundo turno entre Ceará x Fortaleza. O futebol deve ser disputado tão somente nas quatro linhas e não gerido por mecanismos que buscam, ainda que sem sucesso, enganar torcedores. Sua extinção deve ser imediata pelo bem do esporte.