Uma das ligas mais importantes do mundo, a Premier League, depois de 26 rodadas sob funcionamento do VAR, mostra que o descontentamento das torcidas pelo mecanismo de suposta colaboração aos árbitros de campo não é exclusividade do Brasil.
No ano de 2019, muitas torcidas brasileiras, especialmente do Fortaleza, manifestaram publicamente sua desconfiança a respeito do VAR, a ponto de estenderem uma faixa bem grande nesse sentido, o que prontamente foi alvo de censura pelo árbitro numa partida contra seu rival, Ceará. Alegava-se que, assim como na Premier League, o recurso era sugerido ou ignorado pelos árbitros de vídeo com vistas a prejudicar ou ajudar determinados clubes, dependendo de quais eram os times em campo.
Essa onda de insatisfação serve como um aviso para aqueles que acreditam que apenas o futebol sul americano é marcado pela corrupção de dirigentes e árbitros, ao passo que o futebol europeu seria pautado na honestidade.
As críticas ao VAR falam por si, não se mostra como mecanismo de correção de favorecimentos de clubes, como ainda torna pior o questionamento uma vez que o árbitro argumenta ter revisto determinado lance polêmico e a partir disso sua revisão seria realmente incontestável. Nos faz recordar até da ideia esdrúxula de juiz de garantias, ou seja, um juiz que em tese averiguaria erros dos demais juízes, mas a longo prazo para dar “embasamento” aos desmandos destes.
O VAR surgiu como resposta moral da FIFA para as denúncias de corrupção da federação, assim criando uma ilusão de honestidade das grandes ligas e ao mesmo tempo em que dirigentes eram presos ou banidos, estes foram banidos para também servirem de bode expiatório e assim manter o status quo dentro da mesma.
Diante disso, o VAR deve ser reconhecido como elemento para perpetuação e até mesmo aprofundamento da corrupção no futebol, especialmente da parte dos árbitros.
