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A culpa é do PT

Valério Arcary tem um novo conceito de esquerda, mais à direita

Marxismo é anacrônico

Valério Arcary escreveu artigo, publicado no Brasil 247, no qual parece questionar, a princípio, quem merece ser chamado de esquerda, atualmente, no Brasil. Ele disse que a corrente interna do Psol da qual faz parte, Resistência, foi rotulada por alguns de direita do Psol porque lançou a candidatura de Boulos à presidência, porque defendeu a aliança entre o MTST e o Psol e porque “valorizam a participação do Psol na campanha Lula Livre”, mas foi chamada até de golpista por outros, por serem muito “radicais e antipetistas”. Nesse ponto, Arcary argumentou que o importante não é estar mais à direita ou mais à esquerda, mas sim, ao lado de outras “correntes revolucionárias”.

Mais adiante, Arcary condena anacronismos, tanto a forma de analisar o passado com valores do presente, quanto estudar o presente com ideias do passado, e deu um exemplo: “Milhões de pessoas comparam a trágica experiência do governo Bolsonaro com os anos dos governos do PT e chegam, sem muitas dificuldades, à conclusão de que estão vivendo pior. Essa percepção não é errada, evidentemente. Mas é errado não compreender, também, que a direção do PT tem responsabilidades nas três grandes derrotas que sofremos: o impeachment golpista de Dilma Rousseff, a prisão de Lula, e a eleição de Bolsonaro. O argumento de que perdemos porque eles estavam mais fortes e nós mais fracos é circular, portanto, não explica nada. Perdemos porque, evidentemente, erros graves foram cometidos. O anacronismo produz uma ilusão de autoengano.”

Para ele “esquerda e direita são, portanto, conceitos aproximativos e coloquiais, um vocabulário sempre datado, ou sem rigor científico” que, “em função das oscilações da relação social e política de forças variam” e critica que ” o eleitoralismo é uma concepção que reduz a estratégia política à tática eleitoral” e afirma que “não vai ser elegendo vereadores que poderemos derrotar, e muito menos derrubar o governo Bolsonaro”.

Qual seria a melhor estratégia para derrubar o governo Bolsonaro, na opinião de Arcary? Ele não diz.

O futebol é uma paixão do povo brasileiro e a seleção foi cinco vezes campeã mundial. Lula quis e trouxe o evento para o Brasil. A outra vez em que isso aconteceu, em 1950, causou um trauma nacional no Maracanã. Quando Boulos escrevia “não vai ter Copa” em sua coluna do jornal burguês Folha de S. Paulo, para fazer o jogo da direita e sabotar o governo da Dilma, era esquerda ou direita?

Boulos não era sequer filiado ao Psol quando foi convidado a ser candidato à presidência para se colocar como alternativa ao PT e legitimar o processo eleitoral fraudulento de 2018, como cúmplice da direita.

Arcary escreve que o PT perdeu porque erros graves foram cometidos. O PT elegeu quatro presidentes da república em sequência, vários governadores e prefeitos, inclusive três da maior cidade do país. Livrou os pobres da miséria total, investiu em moradia popular, em mais médicos, em ensino superior gratuito, em produção científica, em afirmação da soberania do País regionalmente e mundialmente. É possível fazer críticas sobre a insuficiência de todas essas políticas, mas sem estar ao lado das correntes reacionárias.

Culpar a direção do PT por “três grandes derrotas que sofremos: o impeachment golpista de Dilma Rousseff, a prisão de Lula, e a eleição de Bolsonaro” é desconsiderar a Vaza Jato, empenho de jornalistas muito próximos do próprio Psol e demonstrar afinidade pelos que, até hoje, também dentro do Psol, acham que a Lava Jato teve algum lado positivo.

Poucas pessoas no mundo, hoje, exceto bolsomínions, ainda não entenderam que a Lava Jato foi o nome fantasia de uma gigantesca conspiração nacional e internacional para tirar o PT (e toda a esquerda, todo o pensamento de esquerda nas instituições, das escolas, dos serviços públicos) do poder. O golpe, depois de derrubar Dilma, precisava fechar o próximo nível, prender Lula, para entregar o Brasil para a extrema-direita entreguista e subserviente aos EUA, em um processo eleitoral de fachada fraudulento, do qual o Psol participou como cúmplice ou por ingenuidade ou por confusão.

A direção do PT tinha poucas chances contra os tanques que ameaçaram inclusive o STF (com o Supremo, com tudo) e passaram por cima de todos os projetos nacionais. Na ponta dos cordéis, desde antes das jornadas de junho de 2013, sempre esteve o autor: o imperialismo capitalista. A pouca chance que o PT teria de reverter o ataque, seria uma coesão da esquerda e desafiar com a manutenção de Lula como candidatura única. Seria peitar o capital. Isso seria revolucionário e papel de uma esquerda autêntica, prática. O resto é discussão acadêmica.

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