Da redação – Após matar 99 pessoas (confirmadas) em Brumadinho, a Vale anunciou medida supostamente para reduzir os riscos de novos rompimentos de barragens. Mas essa medida, como todas as medidas de uma empresa capitalista, tem como única finalidade o lucro.
Por isso, com a alegação de diminuir a possibilidade de novos desastres, a companhia quer extrair minérios ao descaracterizar todas as suas barragens construídos sob o mesmo método das de Brumadinho e Mariana. São 19 barragens e nove delas já estão em processo de descomissionamento.
Essa medida prevê a geração de lucros à Vale, pois se extrairá e se refinará os minérios, que serão vendidos a alto preço no mercado mundial, pois desde o ano passado o minério de ferro se valorizou.
Portanto, as medidas demagógicas anunciadas pela Vale supostamente para proteger o meio ambiente de novos danos ou a vida da população, na verdade são direcionadas ao lucro dos capitalistas que a controlam.
O próprio governo Bolsonaro, que na verdade é um funcionário dos donos da Vale e dos outros monopólios capitalistas, declarou publicamente que qualquer intervenção estatal na empresa entraria em confronto com os interesses do “mercado”, que são os seus patrões e mandam no governo.
A Vale era uma empresa estatal que foi privatizada a preço de nada no governo Fernando Henrique Cardoso. Todas as privatizações são, na realidade, a maior das corrupções, uma vez que nenhum governo privatiza por ideologia, mas porque recebe alguma coisa dos monopólios capitalistas que estão de olho nas empresas estatais, para entregá-las a eles.
A única solução para acabar com a “farra” que os donos da Vale fazem – matando centenas de pessoas e destruindo o meio ambiente em um espaço de tempo de apenas três anos (em Mariana e em Brumadinho) – é a reestatização da companhia, expropriando seu capital sem nenhuma indenização e entregando o controle da empresa aos trabalhadores e ao povo brasileiro, que sofre com a exploração e o saque impostos pelos capitalistas.