Relatório da superintendência do trabalho em Minas Gerais constatou que a Vale do Rio Doce ignorou plano de emergência que poderia ter evitado 270 mortes e a tragédia em Brumadinho – maior acidente do mundo envolvendo barragens.
Horas antes do rompimento, a Vale utilizava sondas de perfuração visando a remineração dos rejeitos represados. Foi usado uma sonda de perfuração proibida pelas normas de segurança, que danificou a estrutura da barragem.
A Vale sabia que, desde 2016, a barragem corria risco de rompimento. Mesmo assim, ela mantinha uma estrutura de drenagem ineficiente, que deixou extremamente alto o nível da água represada, causando uma pressão que não podia ser suportada pela estrutura. Entre a lista de negligências apontadas pela auditoria foram encontrados canos quebrados, canaletas assoreadas, disposição incorreta de rejeitos etc.
Desde então, a empresa não conseguia o laudo de estabilidade para continuar operando. Seria preciso acionar o plano de emergência, para as atividades e fazer os reparos necessários, mas a Vale preferiu burlar a fiscalização e continuar operando. Em 2018, uma fratura no concreto ocorreu mas, novamente, a empresa ignorou o plano de emergência e continuou.
Esta é a realidade das empresas capitalistas. A Vale do Rio Doce foi privatizada em 1997 por 3% de seu valor de mercado. Era uma das maiores mineradoras do Mundo. Hoje é responsável por grandes tragédias humanitárias e ambientais, e envia lucros para seus acionistas no Exterior. É protegida pelos golpistas que tomam conta do Ministério de Minas e Energia e órgãos fiscalizadores.
Os mesmos golpistas que culpavam os presidentes petistas de “saberem de toda corrupção”, não cobraram qualquer responsabilização do presidente e altos diretores da Vale. Os mesmos golpistas que exigem mil licenças para pequenos comerciantes funcionarem, fazem vistas grossas a uma corporação que coloca em risco a ecologia e vida humana de cidades inteiras.