Alguns brasileiros estavam se perguntando, antes de começar a Copa do Mundo, se uma vitória da Seleção Brasileira não seria usada pelos golpistas, até mesmo por Michel Temer, para fazer propaganda do golpe de Estado. Alguns até chegaram a colocar em suspeita se o imperialismo, por meio da FIFA, não favoreceria uma vitória do Brasil para esse intuito. Tais ideia serviriam para justifica que o brasileiro não deveria torcer para a Seleção na Copa.
A ideia de não torcer para a Seleção Brasileira já seria absurda por si só, afinal, para quem se torceria? Para uma seleção de um país imperialista? Para outro País pobre que passa pelos mesmos problemas que o Brasil? Contudo, o primeiro jogo da Seleção Brasileira, ontem contra a Suíça, mostrou que a política do imperialismo está muito longe de ser dar a vitória para o Brasil.
Em primeiro lugar é preciso dizer que a ideia de que a impopularidade gigantesca dos golpistas seria minimamente revertida com a Copa é absurda. Nesse momento, a crise dos golpistas é tão grande que nem mesmo um milagre poderia reverter a situação. É mais provável que ocorra o contrário, que com a vitória do Brasil o povo saia na rua e isso coloque a população em choque com a direita, que quer o povo dentro de casa, longe das ruas.
Do ponto de vista internacional também não faz sentido a ideia de que o imperialismo daria a vitória para o Brasil. A crise imperialista é generalizada e para os países imperialistas, do ponto de vista político, é mais vantajoso dar a vitória para um time europeu, como a França ou a Espanha, por exemplo. Mas há ainda o problema econômico. A vitória de um país imperialista significa milhões e milhões de dólares a mais para os monopólios imperialistas do que a vitória de um País pobre como o Brasil. A euforia gerada por uma vitória de uma seleção europeia resulta na movimentação de um mercado gigantesco, incomparavelmente maior do que o mercado brasileiro ou de qualquer outro País pobre.
O imperialismo não tem motivos para facilitar o jogo para o Brasil, nem econômico, nem político. A partida contra a Suíça mostra claramente isso. A influência da arbitragem sobre o resultado do jogo foi escancarada. Tudo torna-se ainda mais claro se levarmos em conta a nova regra da FIFA do uso de tecnologia como vídeo e chip para jogadas duvidosas. Enquanto que na partida contra a França o recurso foi usado mais de um vez, na partida do Brasil, nos dois lances polêmicos, o gol irregular da Suíça e o pênalti sofrido por Gabriel Jesus, o recurso foi dispensado. E quem decide sobre o uso ou não do recurso? A arbitragem escalada pela FIFA.
A roubo descarado contra o Brasil tem um motivo claro: a superioridade técnica da Seleção sobre as demais. O Brasil só pode ganhar a Copa do Mundo como ganhou as outras cinco, na marra, passando por cima dos obstáculos que serão colocados contra o time. Obstáculos internos e externos. O futebol brasileiro, que é muito superior em técnica e habilidade sobre o das outras seleções, tem plenas condições de passar por cima do esquema montado pela FIFA.
Esse jornal, momentos antes de começar a Copa, explicava a importância de torcer pelo Brasil e lutar contra o golpe e pela liberdade de Lula. Fica claro que a luta da Seleção Brasileira para ganhar a Copa, passando por cima do esquema montado pelo imperialismo, ou seja, a luta da cultura do futebol brasileiro contra a máfia imperialista do futebol europeu, em grande medida coincide com a luta contra o golpe. Para libertar Lula e derrotar o golpe, a maioria do povo brasileiro vai precisar passar por cima das arbitrariedade dos Juízes. Será preciso mobilizar o povo garantir a vitória contra os golpistas na marra.
No futebol e na política, vai ter que ser na marra!
