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Plano quase perfeito

Vacinação deve ser monopólio estatal, gratuita e em massa

Governo ilegítimo e iniciativa privada trabalham em conjunto para empurrar à população a vacinação privada.

A situação política e econômica gerada pela pandemia está a ser uma das grandes criadoras de polêmicas no Brasil e no mundo. Inicialmente, houve a discussão sobre o chamado lockdown, em seguida, sobre a reabertura das atividades comerciais, o retorno às aulas presenciais, a obrigatoriedade da vacina e, agora, a compra de vacinas pelo setor privado em sobreposição sobre o setor público. Certamente, esta não será a última polêmica.

Como já publicado neste Diário, as clínicas de vacinação privadas filiadas à Associação Brasileira das Clínicas de Vacina (ABCVac) iniciaram negociações para adquirir milhões de doses da vacina Covaxin, produzida pela farmacêutica indiana Bharat Biotech.

Diferentemente do que é colocado pela imprensa burguesa, especialmente, porém não unicamente, a “democrática” Folha de S. Paulo, a questão não é ética ou moral. A discussão sobre a vacinação privada é puramente econômica e, por conseguinte, política. Todavia, isto nunca será abertamente admitido pelos jornalistas liberais destes jornais “democráticos”. Caso contrário, se somariam aos milhões de brasileiros, hoje, desempregados.

Chovem, como na Amazônia, colunas dos mais diferentes “tudólogos” e entrevistas com representantes do setor privado querendo justificar, por A mais B, que a oferta privada das vacinas não causará perdas para o setor público. Alguns, mais ousados, chegam a dizer que tornará a facilitará a vacinação pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Se as letras pudessem sangrar, certamente já teriam se matado de tantas mentiras escritas.

A comercialização de vacinas pelas clínicas privadas não é auxílio nenhum ao povo, mas um golpe violento na população. Uma tentativa de extorsão agressiva.

A principal justificativa para a ação do setor privado é a paralisia do governo fascista de Jair Bolsonaro. Entretanto, a iniciativa privada é a principal parceira do governo ilegítimo. Tem-se, aí, um completo conflito de interesses. Se o objetivo de Bolsonaro e sua política de destruição nacional é arrasar os serviços públicos e entregá-los aos nauseabundos capitalistas, é óbvio que o presidente ilegítimo e seus comparsas farão de tudo para sabotar a vacinação pública.

O golpe sobre a população é tão bem dado, que laboratórios, como a Pfizer, já avisaram que vão recusar negociar diretamente com os estados, fazendo-o apenas com o governo federal. Todavia, é mais do que sabido que o governo federal fará pouco caso e tentará arrastar as “negociações” ao máximo.

Não que os governadores e prefeitos “científicos” e “civilizados” sejam benfeitores, mas fica claro que o monopólio das negociações pelo governo Bolsonaro será um golpe naqueles que queriam utilizar a vacina para ganhar capital político para 2022. Mesmo que algumas farmacêuticas negociem com estados e municípios, certamente não conseguirão atender minimamente a demanda.

Devido aos estados e municípios possuírem sérias restrições orçamentárias, a saída de comprar vacinas do setor privado também será bem limitada. Iniciar-se-á uma luta entre os golpistas pela vacina.

Caso algum governador ou prefeito consiga ultrapassar todas estas barreiras, certamente o governo federal fará de tudo para impedir ou atrasar a liberação da vacina comprada. Um plano quase perfeito.

O governo golpista já informou que não comprará seringas e agulhas até que o preço diminua, o que não ocorrerá até que a iniciativa privada compre todo o necessário para fazer a sua vacinação. Além disto, para ajudar as clínicas particulares, o governo reduziu drasticamente os impostos de importação destes materiais.

A demora em vacinar a população criará uma forte pressão sobre e da classe média, especialmente de pequenos comerciantes, “profissionais liberais” e outros. Enquanto as indústrias e empresas maiores vacinarão seus funcionários, dando-lhes vantagem competitiva em uma economia cada vez mais estreita, os menores terão de se sujeitar a pagar valores que comprometerão seus orçamentos para que tenham alguma chance. No fim das contas, as camadas mais altas da economia sairão na frente, fortalecendo o caráter monopolista do decrépito capitalismo.

O que se desenha para a chamada “guerra da vacina” não é uma disputa entre farmacêuticas. Pelo contrário, como a demanda é universal e a produção muito limitada, não há, de fato, concorrência entre os componentes da indústria. Estes agem em conjunto, repartindo os mercados dos países mais desenvolvidos e formando cartéis nos países de capitalismo atrasado. Tudo isto com total anuência dos governos.

Do ponto de vista geopolítico, o atraso da vacinação no Brasil é bastante interessante para os países imperialistas. Assim como no mercado interno os capitalistas maiores terão maior competitividade sobre os menores, no espectro global, as empresas imperialistas instaladas em países onde a população será mais rapidamente imunizada sairá na frente na disputa com os mais atrasados.

Portanto, o atraso na vacina não é incompetência do governo, mas um plano muito bem executado de destruição da economia nacional e entrega das riquezas do país. Por isso, é necessária uma mobilização de massas para garantir a vacinação universal e gratuita, sem as enormes vantagens da vacinação privada para os capitalistas.

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