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CoronaVac

Vacinação a conta-gotas, um escândalo nacional

Seguindo o itinerário da vacinação a conta-gotas, a matéria prima para 8,7 milhões de doses autorizadas para exportação, os números ridículos são um verdadeiro escândalo nacional.

Seguindo o itinerário da vacinação a conta-gotas, a matéria prima para 8,7 milhões de doses autorizadas para exportação pelo governo chinês, os números ridículos são um verdadeiro escândalo nacional. Até o momento só foram realmente adquiridas pelo governo doses do imunizante CoronaVac ou insumos para produzi-lo em pouquíssimas quantidades face à população brasileira de 211,8 milhões que necessita ser imunizada.

A primeira remessa de 6 milhões de doses da CoronaVac acabou sendo distribuída pelo país e foi irrisória na quantidade, seu número não conseguia atender nem mesmo os trabalhadores da saúde na linha de frente contra o covid-19. Se fosse considerado o restante da população a remessa importada de 6 milhões de doses, que dispensa duas doses por habitante, atenderia apenas 6,8% da população paulista ou 1,4% da população nacional.

Para se conseguir controlar o coronavírus impedindo sua propagação na população, ou seja, atingir a imunidade de rebanho contra o sars cov 2 é estimado que seria necessário imunizar no mínimo 70% da população. Entretanto, há vírus que demandam uma vacinação mais difundida para proteção de toda a população, é o caso do sarampo e da poliomielite, que demandam a vacinação de 95% da população. Se levamos em conta a estimativa de 70% da população em São Paulo teríamos que ter um mínimo de 61,6 milhões de doses, soma superior às 46 milhões de doses de CoronaVac planejadas pelo Instituto Butantan com a Sinovac, o cenário fica pior se olhamos a população nacional, onde seria necessário 296.5 milhões de doses, um número muito distante da nossa realidade.

A primeira remessa de matéria prima para a CoronaVac chegou ao Brasil na noite dessa quarta-feira, dia 03 de fevereiro. O lote consiste em 5,4 mil litros de insumos para a vacina, previsto para chegar às 23h30, no Aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas, interior de São Paulo. Segundo o Instituto Butantan, com esse volume de matéria prima devem ser produzidas aproximadamente 8,6 milhões de doses da CoronaVac.

Ainda nessa semana foi liberado pelo governo da China a exportação para o Brasil de mais 5,6 milhões de litros de insumos para produção do imunizante da Sinovac/Butantan a CoronaVac. A data prevista para a entrega da matéria prima foi o dia 10 de fevereiro, a remessa seria suficiente para produzir 8,7 milhões de doses do imunizante.

As entregas de insumos para produção assim como a importação das primeiras doses da vacina foram usadas para uma enorme propaganda do governador de São Paulo, João Doria. Mas basta uma análise rápida nos dados para perceber que não passa de uma propaganda vazia, considerando todas as importações de matéria prima acertadas até agora, que não haja problemas na produção teremos no território brasileiro aproximadamente 23,3 milhões de doses, esse número não atende a demanda nem do estado de São Paulo o que se pode falar do restante do Brasil.

O cenário que os governos de direita impunham à população é desalentado, os número de doses disponíveis são extremamente pequenos os 23,3 milhões de doses da CoronaVac, dariam para imunizar 11,65 milhões de brasileiros, o que corresponde a apenas 5,5% da população brasileira. As 23,3 milhões de doses de CoronaVac que teríamos disponíveis correspondem a apenas 7,8% das 296.5 milhões necessárias para imunizar 70% da população. 

Ainda teríamos o problema do preço da CoronaVac custa US$ 10,30 (R$ 54), enquanto a AstraZeneca/Oxford/Fiocruz, de US$ 3,16 (R$ 16,50), a CoronaVac ganharia apenas da Pfizer/BioNTech que está custando para o governo norte americano US$ 19,50 ( R$ 102). O que coloca a CoronaVac como um dos mais caros imunizantes termoestáveis, aqueles que podem ser armazenados em temperaturas de 2ºC a 8ºC, únicos considerados no Plano Nacional de Imunização. 

O que a realidade demonstra para todos é que a direita está deixando a população brasileira morrer a míngua, não há vacinas, não há hospitais, não há auxílio emergencial e muito menos emprego. A população foi abandonada à própria sorte, em meio ao pior cenário em décadas e os governos de direita em todas as esferas fazem apenas demagogia, criando uma falsa oposição onde Bolsonaro já matou 226 mil nesta pandemia, sendo 53 mil destes sobre tutoria do Doria.

É necessário colocar os governos sob controle direto dos trabalhadores e suas organizações, mas do que nunca se faz necessário a palavra de ordem de um governo dos trabalhadores da cidade e do campo. Só por esses meios que será possível aos trabalhadores garantir a população vacina, auxílio, hospitais, emprego e salário.

O que vemos hoje no cenário político do Brasil é que há uma gigantesca propaganda de BolsoDoria e da Burguesia em torno da vacina. Essa campanha atrela a esquerda pequeno burguesa à política demagógica da burguesia, e acaba com a esquerda pequeno burguesa aceitando toda a barbárie da direita a troco de pura demagogia. Entretanto os números são objetivos, a campanha em torno da vacina é vazia, do jeito que está não vai ter vacina para ninguém.

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