O Ministério da Educação do governo Temer deu o primeiro passo para a extinção do programa Bolsa Permanência, que auxilia estudantes admitidos em instituições federais de ensino superior em situação de vulnerabilidade socioeconômica, indígenas e quilombolas através de um cartão de benefício.
Sob a argumentação de haver um rombo de 11 milhões de reais no Ministério, ficou definido que serão implementadas apenas 800 vagas anuais, o que deixaria milhares de estudantes – mais de 4 mil – desamparados e correndo o risco de não conseguir sequer iniciar seus estudos.
No mês de Maio deste ano, logo após o anúncio do corte, uma delegação de estudantes indígenas e quilombolas dirigiu-se à Brasília para tentar dialogar com os representantes do MEC. O governo golpista, com a deslealdade que já lhe é marca registrada, recebeu os estudantes e propôs a seguinte obscenidade: o corte de 4 mil vagas seria definido por um “Grupo de Trabalho” composto pelos próprios indígenas e quilombolas. Ao grupo, restaria a tarefa indigna de “cunhar critérios” para estabelecer quem perderia a bolsa.
O grupo repudiou a proposta dizendo que “não irão legitimar a retirada de direitos e a exclusão doso próprios parentes.”.
Cabe ressaltar que a Bolsa Permanência é um auxílio mensal de aproximadamente R$ 400 que, segundo previsões, seria devido a 5.000 estudantes de instituições federais até o final do ano de 2018. Para um país do tamanho do Brasil, o programa já era bastante mirrado, mesmo antes do corte ser anunciado. Apesar do patamar calamitoso em que se encontra a economia brasileira, seria possível manter o programa integralmente, fosse esse um interesse do governo.
A nota oficial dos estudantes que estiveram reunidos com os representantes do MEC pode ser lida neste link.
Isso tudo é mais uma prova de que a política dos golpistas para o Brasil não é apenas de cortar gastos esfolando o povo, deixando que as coisas públicas sejam sucateadas aos poucos. O objetivo é, de fato, agir positivamente para destruir tudo o mais rápido possível.