A população uruguaia deu um importante exemplo a ser seguido. Nesta semana, os vários grupos sociais participaram desta que é a primeira mobilização popular após o início da pandemia do novo coronavírus, indo diretamente contra os ataques feitos ao povo uruguaio durante este período de crise.
Com as devidas precações, os uruguaios saíram de máscaras (e com um distanciamento físico) em uma manifestação que organizou cerca de 600 pessoas em frente ao Palácio Legislativo. Em defesa da educação, dos direitos trabalhistas, etc.
Os manifestantes consideram que as medidas tomadas pelo governo direitista são um completo ataque aos trabalhadores. O governo é impopular, e a população exige que tais políticas sejam revogadas.
A lei de consideração urgente (LUC), é o principal alvo desta campanha. Esta lei, permite uma verdadeira repressão ditatorial contra o povo uruguaio sob o pretexto de combate à pandemia. Defendendo os interesses dos grandes capitalistas em detrimento do povo.
Os artigos colocados pelo governo atacam também o direito de expressão e protesto, aproveitando-se da situação geral de pandemia. Política semelhante, já havia sido seguida durante os anos 90.
A expressiva ação feita no Uruguai é um importante recado a toda esquerda mundial, sobretudo a brasileira. Hoje, a esquerda pequeno-burguesa, está completamente a reboque da política burguesa. Suas posições que deveriam estar lado a lado com os interesses dos trabalhadores, voltam-se contra as manifestações populares, com o pretexto de defender o “isolamento”, assim como, a “unidade nacional” com a direita, em um suposto combate à pandemia.
Tais posições apenas representarão a derrota dos trabalhadores. A direita já desfere inúmeros ataques à população pobre, assim como denunciado na manifestação uruguaia. O genocídio é amplo, porém os trabalhadores sequer tem direito de protestar.
Dessa forma, sair as ruas é um importante passo para quebrar, pouco a pouco, o bloqueio realizado pelas próprias direções burocráticas da esquerda pequeno-burguesa. Antes os chilenos declararam “Se podemos trabalhar, podemos nos manifestar”, logo após, os gregos e franceses realizaram importantes manifestações de 1º de Maio. E agora, atos proliferam-se por todo Brasil exigindo direitos e contra o governo Bolsonaro. Este é o caminho que deve ser seguido.