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América Latina sob golpe

Uruguai: eleições controladas pelos militares e os fascistas

Na véspera das eleições uruguaias, que aconteceram ontem (24), ameaças por meio do aplicativo de mensagens Whatsapp foram enviadas pelas Forças Armadas.

No dia 23 de novembro, véspera do segundo turno das eleições presidenciais uruguaias, setores ligados às Forças Armadas lançaram ameaças por meio aplicativo de mensagens Whatsapp. Até o fechamento dessa edição, o resultado das eleições ainda não havia sido divulgado, embora tudo indicasse que a direita sairia vencedora.

A mensagem padrão, distribuída em forma de corrente pelo aplicativo, pedia que as pessoas votassem no candidato direitista Luis Lacalle Pou, representante direto dos banqueiros e do imperialismo de conjunto. A mensagem, traduzida para o português, diz o seguinte:

Atenção!

Todo nosso apoio a Lacalle e Manini.

No domingo se define o futuro de nossa pátria.

Temos todos que votar em Lacalle para presidente, apoiado pelo nosso comandante general do Exército Guido Manini Ríos.

Sabemos quem são e contamos com o seu voto e da sua família para salvar a pátria. É uma ordem!

As ordens se acatam, e quem não o fizer será um traidor. Sabemos como tratar os traidores.

A única opção é ganhar. Antes cair de costas que de joelhos. Seguimos em contato. Aguarde novidades. Começamos a voltar”.

(Comando Barneix)

O general do Exército citado na mensagem, Manini Rios, é uma das principais figuras da extrema-direita uruguaia. Em 2018, o militar homenageou homenagem o coronel Artigas Álvarez, conhecido torturador e irmão do ex-ditador uruguaio Gregorio Álvarez. Em dezembro do mesmo ano, Manini Rios, foi exonerado pelo presidente Tabaré Vázquez em dezembro de 2018, por insubordinação. Depois disso, criou seu próprio partido, o Cabildo Abierto. No primeiro turno das eleições uruguaias, Manini Rios saiu candidato a presidente da República, ficando em quarto lugar com 11%.

Manini Rios, além de homenagear torturadores, é um representante típico da extrema-direita latino-americana. O general é bastante ligado ao presidente ilegítimo do Brasil Jair Bolsonaro, integrando, assim, a corja golpista formada pelo imperialismo para ameaçar os povos,

A mensagem contendo ameaças, no entanto, não foi a única demonstração de que a extrema-direita estaria disputando o regime político uruguaio. Há cerca de um mês, a burguesia procurou aprovar um referendo em prol das Forças Armadas, que, entre outras coisas, aprovava a prisão perpétua, o fim da progressão do pena e a criação de uma Guarda Nacional. O referendo, no entanto, provocou uma grande mobilização no Uruguai, de modo que a burguesia não conseguiu, naquele momento, favorecer os militares.

Mais recentemente, o centro militar do Uruguai divulgou uma nota oficial atacando a esquerda e ameaçando toda a população. Com um tom abertamente fascista, a nota declara que:

Será este dia [domingo] o ponto de chegada de muitos sacrifícios, da luta desigual contra a arbitrariedade de uma potência que, total e absolutamente, queria impor ao Uruguai um perfil completamente estranho à sua história, suas mais queridas tradições, seus princípios mais profundos; mas será também o começo de um compromisso a favor da restauração dos elos que sempre uniram os uruguaios e que a longa pregação e prática do marxismo quase os colocou à beira da falência irremediável. Os marxistas finalmente deixarão o poder.

A participação dos militares nas eleições uruguaias é mais uma demonstração de que a burguesia não está disposta a permitir que a esquerda e os trabalhadores assumam o controle, ainda que parcial, do Estado. Assim como aconteceu na Bolívia no dia 10 de novembro, os militares uruguaios já estavam se preparando para a necessidade de um golpe militar, caso o candidato Lacalle Poe não consiguisse vencer as eleições. Mas no caso em que a esquerda saia às ruas para contestar um governo imposto pelo imperialismo, isso também poderá acontecer.

É preciso impedir, imediatamente, o avanço dos militares no regime político em toda a América Latina. Por isso e preciso intensificar a mobilização em todo o continente contra a política neoliberal, rejeitando os acordos propostos pela burguesia e pondo o regime abaixo. Fora imperialismo na América Latina!

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