Da redação – Por decreto, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, declarou lei marcial na Ucrânia até 25 de janeiro. O golpe no país se tornou militar.
Ele havia proposto a lei marcial ontem (25), após reunião com o Conselho de Segurança Nacional e de Defesa, mas hoje já a decretou. Para ser colocado em prática já nesta segunda, o parlamento precisa aprovar. A votação ocorrerá nas próximas horas e a probabilidade é grande de ratificação, uma vez que a instituição é totalmente controlada pela direita.
Trata-se da instauração, de fato, de uma ditadura militar. Com a lei marcial, são abolidos os direitos civis dos cidadãos e todas as leis do país ficam subordinadas à lei militar.
Sob a lei marcial, o governo pode censurar a imprensa, a liberdade de movimento e reunião dos cidadãos, pode colocar na ilegalidade partidos políticos e organizações, além de impedir a entrada e saída do país por parte de seus cidadãos.
O governo ucraniano utilizou como desculpa a captura de três navios de guerra pelos russos no domingo (25). A Rússia deteve as embarcações ao não receber solicitação de sua passagem pelo estreito de Kerch, no Mar Negro, entre a Crimeia e a Rússia continental.
A ação gerou um intenso conflito político e diplomático entre os dois países. A Rússia convocou para hoje uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU, enquanto que o governo ucraniano entrou em contato com a União Europeia e a OTAN.
Nesta madrugada, um avião de guerra norte-americano foi visto sobrevoando o Mar Negro, sobre a Bulgária.
Diversos governos europeus mostraram preocupação com a escalado do conflito.
A atitude da Ucrânia pode ser considerada uma provocação contra a Rússia, justamente para servir como desculpa para a decretação da lei marcial.
Com isso, abre-se um novo quadro no conflito, que, em termos geopolíticos, retorna a um conflito entre o imperialismo norte-americano e a Rússia.
O golpe de 2014 na Ucrânia foi promovido pelo imperialismo para asfixiar a Rússia. Somando-se a ele, a OTAN vêm há anos estabelecendo bases militares por todo o leste europeu, cercando o território russo. Trata-se de uma postura agressiva do imperialismo para dobrar os russos, o que pode desencadear em uma guerra geral.