Na última terça-feira, o Ministério da Educação (MEC) registrou que todas as 69 universidades federais do País já retomaram suas atividades desde o início da pandemia do coronavírus. Esse retorno só foi possível devido à pressão dos capitalistas para a implementação dos mais diversos modelos de ensino a distância (EAD) e também pela ausência e postura derrotista dos principais movimentos estudantis nacionais.
A maioria dessas universidades aderiu ao modelo chamado ensino remoto, que nada mais é do que uma perfumaria para melhorar a aparência da destruição da educação pública comumente conhecida como EAD (Ensino a Distância). O ensino remoto, tanto quanto o EAD, é uma das grandes iniciativas dos capitalistas para privatizarem de vez o ensino público, principalmente o superior, deixando as universidades nas mãos dos tubarões das redes privadas de educação e das grandes empresas de tecnologia, que dominam esse nicho. Além disso, o EAD é um fator crucial para desmobilização dos estudantes, que por não estarem presentes fisicamente no ambiente universitário/escolar, não vivenciam de perto todos os problemas sofridos e não têm a oportunidade de se organizar para combatê-los de imediato.
Uma política adotada pelos movimentos estudantis, pelos DCEs e CAs das universidades foi a defesa dos “auxílios” como salvação para os estudantes. De forma semelhante ao auxílio emergencial de Bolsonaro, as organizações como a UNE e a UBES defenderam enfaticamente que os estudantes precisariam de alguns recursos para terem acesso à chips de celular, à internet e à equipamentos tecnológicos como tablets e notebooks. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), umas das principais instituições do país, foi estabelecido um auxílio no valor de R$ 1 mil reais, para cerca de 3,4 mil estudantes, numa faculdade com pelo menos 70 mil matriculados.
A esmola dos auxílios defendida pelas organizações dos estudantes serviu como uma forma de adesão e de total aceitação do ensino à distância nas universidades e escola, como uma falsa alternativa ao retorno das aulas presenciais. Essa adesão ao EAD configura uma verdadeira derrota política para as IFES (Instituições Federais de Ensino Superior) e coloca em questão o desenvolvimento desse problema a nível nacional. Por se tratar de uma política nacional e internacional, faz-se necessário uma ampla mobilização dos movimentos estudantis. As juventudes devem lutar pela suspensão do calendário acadêmico e promover greves em todas as universidades para barrar mais essa ofensiva golpista.