O governo federal lançou a Medida Provisória 914 no final do ano de 2019 que visa alterar todo o sistema de eleições internas nas universidades e institutos federais de todo país. Com esta MP, haverá mais um forte ataque à autonomia universitária, impedindo que a comunidade acadêmica organize por si só as eleições.
Atualmente mais de 60% das universidades do país utilizam um sistema de peso igualitário para todos os votantes, de modo que professores, servidores e alunos têm a mesma interferência no processo eleitoral, e que a partir desta consulta geral é respeitado a vontade da maioria na escolha da lista tríplice, na qual, tradicionalmente, os governos aceitavam o candidato vitorioso.
No entanto, após o golpe de Estado e principalmente com o início do governo Bolsonaro, tais escolhas passaram as ser duramente afetadas. Em alguns meses de governo, uma série de interferências nas escolhas de reitores para diversas universidades brasileiras, em que o Estado escolhia a dedo o ocupante do cargo, a revelia dos estudantes e professores, foram realizadas. Agora, a decisão de Bolsonaro fez estes fatores escalarem de nível, colocando na ilegalidade as eleições feitas com toda comunidade acadêmica, impondo de vez um sistema em que 70% do peso nos votos serão dos professores, deixando 15% para alunos e servidores, uma total quebra de qualquer escolha democrática, já que os alunos são a grande maioria nas instituições.
O mesmo se repete nos institutos, onde com a alteração a escolha de diretores de cada campus será decida pelo reitor, este escolhido pelo governo do fascista Jair Bolsonaro. Devido a isto, diversas universidades começaram um abaixo-assinado que visa coletar 1 milhão de assinaturas a serem entregues em fevereiro, como forma de pressionar o congresso a barrar tais medidas. Contudo, sabemos que este não é um simples episódio isolado, mas sim um sintoma de revolta que toma conta novamente em toda comunidade acadêmica.
No ano de 2019, milhões foram às ruas contra o governo Bolsonaro, e novamente, mesmo nas férias, vemos movimentações nas universidades que já se preparam para um 2020 muito intenso na política nacional. Bolsonaro foi claro e taxativo, ele deseja destruir o ensino público brasileiro, cabe ao movimento estudantil defender os direitos de todos os brasileiros e garantir por meio da mobilização popular uma derrota aos golpistas.
Para isso, precisamos nos organizar em todos os lugares, correspondendo à revolta popular, e levantando a palavra de ordem do povo brasileiro: Fora Bolsonaro. A única capaz de levantar todos os setores oprimidos da sociedade em um movimento amplo pela derrota e derrubada dos golpistas.
Além disso, garantir a derrubada do governo Bolsonaro é uma prioridade clara, pois em apenas um ano os estragos feitos pelo governo representaram ataques históricos à população. Sendo assim, não podemos esperar os 4 anos acabarem, necessitamos agir agora. Fora Bolsonaro!