Após uma série de denúncias nas redes, a UFMA (Universidade Federam do Maranhão) abre um processo administrativo contra estudantes acusados de fraude ao sistema de cotas. As cotas não são uma política efetiva para garantir o acesso democrático às universidades, mas já colaboram para que uma parcela do povo negro tenho direito de estudar. A perseguição de cotistas, assim como a crescente burocratização do sistema, de nada ajudam a imensa de excluídos da universidade, só permite à direita restringir ainda mais o acesso à educação pública.
Nesta última sexta-feira (12), a Universidade Federal do Maranhão, anunciou que seguirá com as investigações em relação aos supostos fraudulentos. As acusações são feitas desde o dia 3, por uma conta do twitter na qual é postado o nome completo, a foto e um print com o nome do candidato na lista de chamada da Universidade. Qualquer um pode mandar uma acusação, desde que o administrador aceite, e a maioria delas é contra alunos dos anos passados, pois a avaliação para a entrada mediante cota era realizada por autodeclaração.
Os estudantes precisarão enviar suas defesas e passar por uma entrevista junto à Comissão de Heteroidentificação, logo quando voltarem às aulas presenciais. Caso seja constatada falsidade da autodeclaração, pode se configurar crime de falsidade ideológica e a matrícula será anulada, ou seja, os alunos serão expulsos dos campus.
Quem serão os beneficiados? Os alunos negros e pardos que perderam suas vagas? Os mesmos que hoje morrem na mão da PM e são impedidos de finalizar o ensino médio e proibidos de ingressar no ensino superior? Não, será a direita, que se aproveita das pautas identitárias levantadas pela esquerda para acabar com o direito à educação.
A educação pública de nível superior é um direito, que deveria ser estendido a toda a população brasileira sem nenhum tipo de restrição ou cassação. Por isso, as cotas não são uma medida acabada para reparar a situação. Sem dúvidas, elas atenuam desigualdades com os grupos historicamente explorados com mais severidade. No entanto, qualquer perspectiva que tenha como objetivo a solução do problema, precisa ser construída sob a base de uma verdadeira democratização da universidade, que inclua todos sem exceção alguma.
Perseguir, humilhar e expulsar estudantes das universidades não pode ser tratado como um programa que responde às opressões capitalistas ao povo negro, indígena, quilombola, entre outros. Finalmente é uma medida demagógica e um ataque a política estudantil.
Os estudantes precisam se mobilizar para exigir o livre ingresso no ensino superior, pelo fim do vestibular e pelo governo tripartite nas universidades. É a comunidade estudantil que deve organizar e tratar dos seus problemas. Fora Bolsonaro e Todos os Golpistas!