Da redação – O governo Bolsonaro, que ainda nem tomou posse e que foi eleito através de uma gigantesca fraude eleitoral, já demonstrou que vai passar por cima de todos os direitos democráticos do povo brasileiro. Diante da grande ameaça que se coloca para toda a população, surge mais uma vez um debate no interior da esquerda: qual é a política mais adequada para combater um governo fascista ou semifascista?
Historicamente há, grossomodo, duas políticas que, embora à primeira vista pareçam se tratar da mesma coisa devido inclusive à similaridade dos termos, na verdade correspondem a dois métodos bastante distintos.
Uma delas, chamada genericamente de política de frente ampla, propõe algo que se parece enganosamente impossível de se discordar: unir todos os setores ‘democráticos’, que em discurso se opõe ao fascismo. No entanto, como se traduz essa política nos dias de hoje? Na fala de Marcelo Freixo, que diz que a luta pela liberdade de Lula não agrega, e sugere ainda o diálogo com o PSDB!
Essa política tem sido sistematicamente implementada para servir de proteção, de disfarce, para partidos políticos e indivíduos burgueses e pequeno-burgueses, e assim permitir infiltrar sorrateiramente a burguesia no seio do movimento popular. No final das contas, essa política faz com que inevitavelmente o movimento operário e popular acabe ficando a reboque da burguesia, o que sempre trouxe consequências desastrosas. Não adianta unificar toda a população se a sua política conduz todos ao precipício.
A outra, proposta claramente por Trotsky, é a política da frente única contra a direita. É uma política totalmente diferente, procura agrupar todos os setores que querem efetivamente se mobilizar e lutar contra a direita, e não apenas fazer discursos e outros tipos de truques e manobras. Conforme amplos setores da população se mobilizam e enfrentam a direita, isso vai contagiando outros setores. Se um setor amplo da classe operária e do campesinato pobre aderir ao movimento e estiver sob o comando de uma direção consciente e que esteja à altura de sua tarefa histórica, são grandes as possibilidades de uma vitória.
Por isso, chamamos toda a esquerda brasileira, os movimentos populares, os sindicatos e os comitês de luta contra o golpe e contra o fascismo para a 2ª Conferência Nacional de Luta Contra o Golpe e o Fascismo, que será realizada nos dias 8 e 9 de dezembro em São Paulo. Não podemos insistir na política de ‘frente ampla’, que tem nos levado à derrota atrás de derrota, até por que essa frente na verdade tem ficado cada vez mais estreita na medida em que a burguesia trabalha incessantemente para isolar o PT. Por uma frente única em torno da luta pela liberdade de Lula, pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas e pelo fim de todas as “reformas” dos golpistas! Abaixo o golpe de Estado!