Na manhã desta segunda-feira, dia 22 de junho, os professores da Universidade Nove de Julho (Uninove) em São Paulo Foram surpreendidos por uma mensagem de demissão, o aviso aparecia na plataforma online utilizada para dar aulas assim que acessaram o sitio. Sem qualquer consideração com o prestador a mensagem apenas comunicava que o professor estava dispensado “de prestar serviço a esta empresa sem obrigatoriedade inclusive do cumprimento do aviso prévio previsto em lei”
Segundo um professor anônimo, a mensagem era “Totalmente impessoal, chamando de ‘prezado professor’, não nominal. O que foi mais chocante, que mexe com o sentimento, é a primeira linha que diz que a partir de 22 de junho não presta mais serviço à instituição. Nunca prestei um serviço. Eu era uma colaboradora, fazia com que a instituição funcionasse, educava jovens.”
A comunicação que teve publicidade ao ser reproduzida nas redes sociais, orientava os professores a comparecer a unidade Vergueiro da Uninove, para dar baixa na carteira de trabalho e devolver os crachás, os cartões de acesso do estacionamento e carteiras do plano de saúde.
Não foi divulgado o número exato de profissionais demitidos, mas estima se ser em torno de 300 a 500 professores. Os docentes informaram que funcionários da equipe administrativa do Ensino a Distância (EaD) também tinham sido demitidos anteriormente.
O Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP) recorreu judicialmente das decisões, segundo o Simpro-SP: “Apesar de ter sido facilitada pela reforma trabalhista de 2017, a demissão em massa, como a que a Uninove acabou de promover, tem enorme impacto social. O fato de ela ocorrer em meio à pandemia e de a mantenedora não ter manifestado nenhuma intenção de negociar ou amenizar o problema, agrava ainda mais a situação”. O Simpro-SP indicou que já haviam sido homologadas a demissão de outros 130 professores da modalidade EaD neste mês.
A política da Uninove está clara, para cortar ainda mais os custos a Uninove trocou o EaD, modalidade de ensino que ainda tem alguma assistência remota ao aluno, por “lives” que que demanda menos infraestrutura, colocando os estudantes em situação ainda mais precária.
O ensino na modalidade EaD em si, já é limitado, não apresentando vantagens aos discentes. Foi promovido principalmente visando diminuir os custos com infraestrutura física e equipe de professores que são dispensados no ensino presencial. Em resumo o EaD custa menos para as instituições mantenedoras e gera assim mais lucro aos capitalistas, mesmo que com prejuízo dos alunos.