A Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ) está planejando retomar atividades práticas de forma presencial com estudantes a partir da próxima quarta-feira (24). As práticas acontecerão, especialmente, para os cursos de agronomia, medicina veterinária e áreas de saúde, que, segundo a reitora Cátia Nehring, “precisam de atividades presenciais em razão, por exemplo, de laboratórios”, segundo a página digital da Rádio Progresso de Ijuí.
A reitora também observa que as atividades de estágio já estão ocorrendo presencialmente, pois muitas empresas em que os estudantes estagiam estão funcionando normalmente.
O retorno às atividades práticas presenciais, ainda que não sejam para todos os cursos, irá expor todos esses estudantes e suas famílias ao coronavírus. Especialmente neste momento em que o número de casos de contágio e mortes por COVID-19 está aumento de forma muito acelerada. No Brasil já se contabiliza mais de mil mortes por dia.
Só no estado do Rio Grande do Sul já se somam mais de 19 mil casos confirmados de contaminação e 434 mortes por COVID-19, oficialmente. No município de Ijuí, onde a sede da universidade se localiza, já se confirmaram mais de 100 casos de contágio, sendo que o município possui pouco mais de 83 mil habitantes.
O retorno a atividades presenciais não só colocará os estudantes em risco, mas também os professores e funcionários em atividade, assim como toda a população dos municípios onde a UNIJUÍ terá atividades, pois muitos desses estudantes e professores deverão se deslocar de outros municípios para poderem participar das atividades.
É necessário que os estudantes e as entidades sindicais dos professores e funcionários se organizem no sentido de impedir que essas atividades voltem a funcionar em plena crise do coronavírus, pois essa é a maneira de defenderem seu direito de se manter protegidos da covid-19 e que não passem a ser um fator para aumentar a contaminação de seus familiares e de terceiros.
O Partido da Causa Operária (PCO), através da Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), propõem um programa de luta para a juventude e para os estudantes poderem se organizar para a garantia do acesso à educação de qualidade e de seus direitos.
Em todo o país, estabelecimentos de ensino superior e básico, tanto público quanto privado já estão discutindo e se organizando para o retorno às aulas, sem nenhuma discussão que envolvam os principais interessados: alunos e professores. Muitos desses estabelecimentos já estão oferencendo os cursos de forma não presencial a despeito do fato de que muitos alunos, e mesmo professores, não possuem os meios técnicos adequados para acompanhar as aulas, como aparelhos e internet.