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Capitulação

Unidade do PCdoB com a direita não visa combater Bolsonaro

PCdoB busca dar uma cobertura para a direita não desaparecer, estabelecendo uma clientela de interesses políticos e econômicos.

Nesta semana, o presidente da Câmara Rodrigo Maia deu uma declaração em entrevista no programa golpista da Rede Globo, Globonews, afirmando que busca um nome para unificar o centrão. Ainda afirmou que o centrão evitaria uma polarização entre Jair Bolsonaro e Lula nas eleições de 2022.

“Eu acho melhor nome do centro é a unificação do centro”, disse o deputado.

“Esse é o melhor nome. Se ninguém tiver capacidade de unificar o centro, significa que o centro estará fora do segundo turno”. “Se não unificar isso aqui, vai dar certamente Bolsonaro de um lado e o candidato do Lula do outro”, afirmou Maia.

Em primeiro lugar precisamos entender quem é o centrão que Rodrigo Maia tanto fala e que propõe para as eleições em 2022. O famoso centrão, na verdade, não existe. São apenas os partidos e elementos tradicionais da direita brasileira que governaram o país durante décadas e que ficaram extremamente desgastados, sendo que não conseguem mais voltar ao poder pela via eleitoral.

Os partidos do centrão são o MDB, PSDB, DEM e outros que estavam em baixa e muitos quase se extinguiram, como o DEM e o PSDB, que vêm reduzindo a cada eleição e mesmo mudando de nome e cor não conseguem se reciclar e voltar ao cenário político. A crise política desses partidos era tamanha que deram o golpe em 2016 numa tentativa forçada de voltar ao controle absoluto do país, e na figura de Michel Temer, voltaram a ser derrotado nas eleições fraudulentas de 2018. Tem que ficar claro também que esse centrão sempre enfrentou em todas as eleições após a queda da ditadura militar o Partido dos Trabalhadores e agora perdeu esse ‘posto’ para uma ala que rompeu a direita do centrão.

Portanto, o chamado centrão não fica no perfeito equilíbrio entre a esquerda e a direita, e sim a direita. Mas perderam essa ala do bolsonarismo para o acirramento da situação política, mas que agora querem retomar.

A crise dos partidos do “centrão” gerou um deslocamento de uma extrema-direita que levou a base social da classe média direitista para esse ‘rompimento’, que foi a figura de Bolsonaro e outros elementos da extrema direita. Ou seja, Bolsonaro fazia parte desse centrão e de maneira rápida vem engolindo os partidos mais tradicionais da direita.

Esse rompimento está esvaziando o eleitorado e parte dos ‘caciques’ menores do MDB, DEM e PSDB de maneira rápida e assustadora para o chamado centrão. Essa situação foi tão evidente que o centrão tentou evitar de todas as maneiras possíveis a polarização política entre a esquerda e a extrema direita, como por exemplo as manifestações do “Ele Não”, que foram impulsionados por partidos como o PSDB, como a deputada Mara Gabrili e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckimin e pela imprensa burguesa, numa clara tentativa de evitar a polarização e canalizar os votos da direita para um candidato do ‘centrão’.

Centrão possui elementos bolsonaristas numa tentativa de se revitalizar

A unidade do centrão chamado por Rodrigo Maia tem elementos da direita e da extrema direita que não diferem em nada no jeito de fazer política ou de ideologia com Bolsonaro. É o caso de João Doria, quem Maia cogitou fazer parte e que possui divergências pontuais com Bolsonaro e por talvez não estar no governo.

Maia citou possível nomes do centrão que é preciso analisar cada um para entender a situação atual do centrão. Como esse setor carece de apoio popular, seja dos trabalhadores ou da classe média de direita, para realizar essa operação contra a polarização e romper a força adquirida pela ala bolsonarista da direita, necessitam de candidatos que não sejam típicos do centrão e até com uma aparência de esquerda. Um dele é Luciano Hulck, que possui um estilo muito parecido com Fernando Collor, candidato para enganar o eleitor pois não teria um passado político ou conchavos.

João Doria seria um candidato ao estilo Bolsonaro, tanto que na campanha para governador foi apresentado como Bolsodoria, sendo um candidato para mimetizar a extrema direita e levar os votos do setor mais direitista do governo. Outro que foi citado por Maia é Ciro Gomes, um político ligado a caciques tradicionais do centrão do Ceará, ligado as oligarquias, mas possui uma aparência e trejeitos de um candidato da esquerda.

A característica de todos é que nenhum é político típico do centrão e nenhum possui apoio popular, mas com um belo disfarce da política do centrão.

A maneira esquerdista de salvar os partidos da direita tradicional.

Uma variante para essa política é a tentativa de salvar o centrão pela esquerda. E não através da esquerda falsa, como Ciro Gomes, e sim a esquerda do âmbito político do PT, como o PCdoB, um velho aliado nas eleições.

O PCdoB está levando adiante uma política de agrupar setores da direita atrás de uma candidatura de esquerda, como por exemplo Flávio Dino. E o pior é que essa política também tem um apoio de setores de dentro do PT.

O PCdoB tem se colocado de maneira insistente na chamada Frente Ampla, que é uma a forma de se apoiar eleitoralmente nos partidos do centrão. O puxador oficial dessa política é Flávio Dino que está buscando alianças com Luciano Hulck, FHC e Rodrigo Maia para trazer a direita tradicional e fragilizada para a Frente Ampla.

Sob o pretexto frágil de unir todas as forças civilizadas contra a extrema direita, da esquerda com o centrão, que vimos que não tem nada de centro. O que há é uma tentativa de revitalizar esses partidos que a população não aceita de maneira nenhuma, pois já viveram a experiencia política.

Nessa política de Frente Ampla não há nenhuma preocupação com o avanço e desenvolvimento da extrema direita, e sim um esforço da esquerda para se mostrar viável para representante das forças tradicionais mais fortes do país, que é o centrão, e buscar apoio nas próximas eleições e eleger seus candidatos numa base política que não busca derrotar o golpe e a direita. Quando o PCdoB fala sobre a frente ampla não querem combater a extrema direita e sim uma aliança com setores do centrão para sobrevivência dessas forças na política em troca de apoio.

Essa política do PCdoB tem que ser entendida, pois a esquerda se aproxima da direita tradicional quando essa está totalmente naufragada e enfraquecida e precisa de uma cobertura de esquerda, precisa ser reciclada. Uma ala direitista do PT e do PCdoB vê a direita fragilizada e busca dar uma cobertura para essa direita não desaparecer, estabelecendo uma clientela de interesses políticos e econômicos.

A Criação do movimento 65 é resultado disso e da Frente Ampla. É uma fachada para a esquerda se apresente nas eleições como uma direita e permite uma aliança com a direita, pois as cores e símbolos da esquerda estariam escondidos. Esquecendo a luta contra o golpe, a derrota de Bolsonaro e sua política de rapina, e a liberdade para Lula.

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