A demagogia presente no discurso da burguesia é evidente. Com o coronavírus, a campanha principal gira em torno da “união nacional”, uma união que nada realidade traduze-se para “cada um por si”, algo que nestes tramites significa apenas uma coisa: nada aos pobres, tudo aos ricos.
Um ponto muito perceptível desta campanha traiçoeira que vem arrastando a esquerda pequeno-burguesa é fato de que, enquanto a população pobre morre sem sequer ser testada com o diagnóstico do coronavírus, os ricos, celebridades, membros da alta burguesia, conseguem ser diagnosticados com facilidade.
Nas redes sociais as fotos são diversas. Anitta, Caludia Leitte, Luan Santanna, entre muitos outros bastaram agendar uma consulta, fazerem o teste e ficarem tranquilo com o resultado do diagnóstico. O mesmo é visto com membros do governo, e grande burgueses nacionais, aparentando ser a coisa mais simples do mundo para se adquirir.
No entanto, enquanto os setores mais abastados da população tem livre acesso aos testes, a grande maioria do povo brasileiro, pobre e trabalhador, é mandado embora dos hospitais sem sequer ter o direito de saber se existe testes disponíveis. Seja no setor público ou privado, o cidadão comum ser testado é algo raro, por muitos visto como inexistente.
No Brasil, milhares de pessoas são contaminadas diariamente, mas apenas uma misera parcela vem ter de fato o acesso ao diagnóstico. Sendo que para tal, os hospitais exigem que o paciente tenha 40 graus de febre, seja internado e posteriormente estando em estado crítico, a beira da morte, é que talvez algo seja feito. Dessa forma, muitos morrem sem nunca terem conhecido as razões do seu estado de internação.
Porém, além do fato de ter pouquíssimos testes disponíveis, o destino dos mesmos não é feito de maneira aleatória. Os primeiro a terem acessos, e em muitas situações os únicos, são o membros da burguesia e afilados.
Todo povo brasileiro exige testes em massas, diagnósticos para todos. Contudo, para burguesia o único teste em massa feito será apenas na própria burguesia, colocando novamente a população já esmagada, nas filas intermináveis dos sucateados hospitais sem qualquer esperanças de que algo seja feito.
Hoje, o trabalhador vai no hospital temendo a morte, temendo estar infectado, e sai muitas vezes de lá sem qualquer resposta, colocando seriamente sua vida em risco e de sua família. Mas, o mesmo problema não parecer existir para a burguesia.