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Decadência imperialista

União Europeia não está conseguindo superar a crise capitalista

Após queda de 0,6% do PIB no 1º trimestre, o bloco entra em recessão puxado pela queda de 1,7% do PIB da Alemanha

A União Europeia (UE) entrou em recessão econômica no primeiro trimestre deste ano. A queda de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco, divulgada nesta sexta (30) pelo Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), comprova a incapacidade do imperialismo europeu em lidar com a crise capitalista, agravada pela pandemia do novo coronavírus.

Segundo informações do Eurostat, a organização da Comissão Europeia que produz dados estatísticos para a UE, a queda da atividade econômica na zona do Euro resultou principalmente da retração do maior PIB da Europa, o da Alemanha, que caiu 1,7%.

Do retrocesso de 0,6% do PIB em relação ao último trimestre de 2020, 0,4% são impacto direto da retração alemã, que é hoje a locomotiva da Europa.

No entanto, o fato de apenas a França e a Bélgica terem tido crescimento do PIB, mostram que não se trata de um problema isolado, mas de um sintoma de todo o bloco, que agora não possui mais a Inglaterra, devido ao acordo do Brexit.

Crise capitalista mundial

A recessão da União Europeia, caracterizada pelo Eurostat devido ao 2º trimestre de queda, é uma expressão da crise capitalista no mundo. Os EUA, o principal país imperialista do mundo e a China, hoje 2º maior PIB do mundo, não estão na mesma situação apenas por peculiaridades. Os norte-americanos, diante da decadência de sua economia, lançaram um plano de socorro da própria economia, que tem como objetivo retomar um maior controle dos mercados mundiais, sobretudo devido ao crescimento desproporcional da China. Já os chineses, que conseguiram ter um certo controle da pandemia já no seu início, foram os primeiros a conquistar uma recuperação econômica, facilitada por ter um regime capitalismo periférico, menos engessado que o dos países imperialistas.

Desta forma, a recessão europeia, que possui os países imperialistas mais importantes depois dos EUA, é um dado concreto da crise econômica mundial e da incapacidade do regime imperialista europeu de enfrentar o problema. Para mascarar esta realidade, o Eurostat atribui a recessão às medidas que teriam sido adotadas durante a pandemia, na tentativa de mascarar a realidade, para não admitir que a UE nunca se recuperou da crise econômica de 2008.

Pandemia e vacinação

A incapacidade dos governos de adotarem medidas sanitárias necessárias para proteger sua própria população, que morreu às centenas de milhares, comprovou que a pandemia não era um problema meramente sanitário, mas sim político, portanto econômico. A pandemia, neste sentido, escancarou a decadência do capitalismo, de uma burguesia que não consegue sequer manter os próprios trabalhadores dos quais precisa explorar para manter seus privilégios.

Isto ficou ainda mais claro com a luta em torno do acesso às vacinas. Os países imperialistas, que adquiriram a maior parte das vacinas no mundo, sequer vacinaram toda a sua população. Se há uma disputa entre ricos e pobres, dado que os países imperialistas compraram 80% das vacinas, há também uma disputa interna dentro da própria Europa. Uma espécie de divisão entre países de 1ª e 2ª classe dentro do bloco.

Somado a isso há um desemprego crescente, com a taxa oficial atual está em 8,1%, bem como um desenvolvimento pífio da indústria, vide caso da Alemanha. Isto sinaliza que o capitalismo monopolista europeu não tem mais para onde se desenvolver.

No entanto, para não admitir a gravidade da situação, a UE fala em retomada econômica e garante que no 2º semestre, com a vacinação se ampliando e a volta do turismo, o crescimento retornará. Trata-se de uma manobra clássica dos capitalistas para não admitirem que estão caminhando para o precipício. A retomada anunciada é parte do pacote chamado “nextgenerationEU”, que prevê 750 bilhões de euros (4,9 trilhões de reais) a serem injetados para fomentar a economia a partir de julho.

Com esse anúncio da liberação de recursos, semelhante ao pacote do presidente dos EUA, Joe Biden, cria-se uma disputa interna dentro da UE. De um lado a população dos países querendo mais recursos para poder enfrentar a crise capitalista e a pandemia, de outro a UE impondo mais pressão sobre os países para que mantenham as regras fiscais. A Comissão Econômica da UE afirma que ainda há oito países pendentes de ratificar acordos que lhes permitiriam entrar nos mercados de dívida do bloco.

Ou seja, os capitalistas só irão gastar o que for estritamente necessário, sob seu critério, o que não se trata de resolver a crise capitalista, nem a pandemia, mas de empurrar para frente o problema. Segundo o Eurostat, a próxima disputa será sobre deixar ou não ativada a cláusula geral de escape, que na prática suspende as regras fiscais e permite uma liberação mais flexível de recursos. Enquanto isso, os trabalhadores europeus continuam reféns dos efeitos da crise capitalista e da pandemia, impostos pelo mais velho e decadente imperialismo no mundo.

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