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Somos democracia?

Uma “visita” inusitada… na calada da noite

Como foi a tentativa de intimidação na sede do PCO por representantes do "Somos Democracia"?

Nessa terça-feira (30), por volta das 21h45, recebi uma “visita” no Centro Cultural Benjamin Péret (CCBP) enquanto gravávamos ao vivo o programa “Resumo do Dia” na Causa Operária TV. Danilo Pássaro, Alex Minduin e outros dois cidadãos do “Movimento Somos Democracia”.

O companheiro que atendeu a porta afirmou que “umas pessoas com camisa do Corinthians queriam conversar urgente” com Henrique Áreas. Antes de relatar o ocorrido, vejamos os antecedentes.

Tudo começou quando o PCO afirmou claramente e para todos que quisessem ouvir que não aceitaria nenhuma imposição contra as bandeiras vermelhas do partido. Em todas as oportunidades, os militantes do PCO explicaram que não haveria acordo com esse tipo de imposição antidemocrática.

Enquanto o PCO agia abertamente, os demais partidos da esquerda, sempre muito dispostos a fazer demagogia, aceitaram tal imposição absurda, inclusive negando qualquer possibilidade de acordo no sentido de se respeitar os direitos de todos os envolvidos. Se o chamado “Movimento Somos Democracia” tem receio de aparecer diretamente vinculado aos partidos, que democraticamente fizesse seu bloco. Qualquer tentativa de acordo nesse sentido foi negado pelos representantes, e hoje fica claro porque.

Diante da política do PCO, os representantes desse movimento armaram uma provocação. Primeiro, não convidaram os militantes do PCO para uma reunião de organização do ato, ou seja, não quiseram discutir novamente o problema para poder apresentar o “prato pronto” no ato. É importante dizer sobre isso que o PCO havia chamado o ato para o MASP antes mesmo da convocação por parte do “Somos Democracia”. O PCO inclusive tem feito atos contra Bolsonaro todos os domingos.

Segundo, na véspera do ato na Paulista, eu pessoalmente entrei em contato com representante do movimento “Somos Democracia” para perguntar se estariam no ato. A resposta foi um “educado” “é melhor o PCO nem ir ao ato caso não aceite as condições”. Tais “condições eram na realidade apenas uma: não levar as bandeiras do partido. Para bom entendedor… Mas não bastou isso, a insinuação se completou: “para evitar problema e confusão”.

Novamente, mesmo diante de tal insinuação, a resposta foi aberta e clara: “nós não iremos abaixar as bandeiras e a Paulista não pode ser propriedade de ninguém”. Mais ainda, foi explicado que tal imposição partia de uma concepção de tipo bolsonarista.

Em terceiro, na Paulista, assim que o bloco do PCO chegou ao ato, foi colocado claramente que o “Somos Democracia” não iria se misturar com o PCO a não ser que abaixasse as bandeiras. A PM, por algum motivo misterioso, sabia de tal divergência e veio para intervir numa negociação entre as duas partes. O ato transcorreu sem maiores problemas, mas dividido em dois por conta de tal imposição.

Em quarto e último lugar, ao final do dia do ato, Danilo Pássaro do PSOL e apresentado como líder do “Somos Democracia” fez circular um áudio de Whatsapp no qual ele afirmava que com o PCO teria “poucos ideias” e que só não tinha “arrastado na Paulista” por conta da “mídia”. Na gravação ele ainda afirma que era para divulgar o áudio, na clara intenção de fazer chegar aos militantes do PCO e intimida-los. Ouça o áudio na íntegra aqui.

É nessa situação que chegamos ao episódio inusitado dessa terça-feira quando fui surpreendido pela visita dos quatro membros do “Somos Democracia”.

Depois dos áudios, parece que estava claro qual o tipo de “conversa” que queriam. Mesmo porque, tanto Danilo Pássaro como Alex Minduim possuem meu telefone e de outros dirigentes do partido e em geral, sempre houve facilidade na comunicação entre nós. Fica claro que a visita inesperada tinha um claro teor de intimidação.

Alguns companheiros do PCO chegaram no local para enfrentar a intimidação, o que certamente fez com que recuassem. Danilo Pássaro ainda tentou negar que o objetivo da visita era o de intimidar se fazendo de desentendido em relação ao áudio que ele mesmo divulgara dois dias antes.

A principal reclamação deles com o PCO seriam as notas e artigos criticando a postura do “Movimento Somos Democracia” e a ligação – consciente ou não – com as manobras da direita golpista em relação à frente ampla. O que podemos dizer? Se não querem ser tucanos, não ajam como um.

O PCO não vai se omitir de criticar toda e qualquer política que considere errada, ainda mais quando tal política está sendo usada como operação para uma direita inimiga do povo. E é bom que se diga, não sabemos se os envolvidos no “Somos Democracia” sabem o que estão fazendo, mas fato é que sua política está na contramão daquilo para o qual foi criado o movimento: combater os fascistas nas ruas.

As bandeiras amarelas e a tentativa de impor que o PCO não leve suas bandeiras é, na realidade, o menos grave de toda essa operação. Trata-se na realidade de uma operação muito mais profunda que envolve poderosos setores da burguesia que não querem nenhum movimento real, combativo e popular nas ruas contra Bolsonaro.

E mais ainda, o movimento das torcidas que se iniciou de maneira legítima foi sufocado por essa política conciliadora. O agente dessa política é o PSOL de Guilherme Boulos e Danilo Pássaro, o primeiro por ter aparecido do nada para fazer acordo com a direita e retirar o ato da Paulista, o segundo porque quer se impor contra o PCO sendo que ele mesmo é de um partido e há rumores de que será candidato a vereador.

Pode usar o movimento para ser candidato nessas eleições fajutas dominadas pelos golpistas mas não pode levar bandeira de partido no mesmo movimento? O nome disso é oportunismo.

Os torcedores que protagonizaram uma bela mobilização para colocar os fascistas para correr não devem se deixar levar por essa política. A demagogia eleitoral serve para que alguns sejam beneficiados à custa do movimento.

O PCO continuará com suas bandeiras e chama os demais partidos de esquerda a largarem a demagogia e levantar também as suas bandeiras. O mesmo serve para os sindicatos e todas as organizações populares, grupos anarquistas, antifascistas, todos! E logicamente que as torcidas possam levar suas bandeiras, suas faixas, seus instrumentos para as ruas e os estádios, sem censura.

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