As eleições de 2020 serão um dos episódios mais bizarros e antidemocráticos que o Brasil já viu nas últimas décadas. Pouquíssimo tempo de campanha, restrições diversas à atividade de rua, censura na internet, partidos sem direito a guia eleitoral etc. Todo esse quadro mostra claramente que o País está andando a passos largos para uma ditadura. Contudo, da mesma forma que é verdade que o regime vem se fechando cada vez mais, é verdade também que os trabalhadores estão se mostrando cada vez mais dispostos a pô-lo abaixo.
Uma tese, na verdade, comprova a outra. A necessidade da burguesia de tornar o regime cada vez mais antidemocrático, que leva a uma série de crises e riscos, demonstra o verdadeiro pavor que os capitalistas têm diante da possibilidade de uma revolta popular. A situação econômica em todo o mundo é cada vez mais dramática e, mais cedo ou mais tarde, os trabalhadores se levantarão contra seus algozes. Ao mesmo tempo, o regime cada vez mais ditatorial acelera as contradições entre os golpistas e o povo, contradições essas que só poderão ser resolvidas por meio de uma revolução.
Diante disso, é preciso que a esquerda e todas as organizações do movimento operário se lancem na tarefa de impulsionar o choque inevitável entre os trabalhadores e a direita. Não é hora de baixar a cabeça para a repressão e a fraude eleitoral: é hora de reunir toda a disposição do povo para derrubar o governo Bolsonaro e todos os golpistas.
Para isso, é preciso aproveitar todas as brechas das eleições para organizar uma grande campanha de agitação e propaganda em torno das reivindicações fundamentais dos trabalhadores. É preciso fazer uso das entrevistas, dos debates e de todo o clima instaurado pelo processo eleitoral para chamar os trabalhadores a colocarem abaixo o governo Bolsonaro e o regime golpista. É preciso, ao mesmo tempo, fazer uma ampla campanha pela construção do partido revolucionário, o PCO. Fortalecer a sua imprensa, engrossar suas fileiras militantes e ampliar a sua influência política.
A única maneira de fazer isso acontecer é por meio de uma campanha militante. Isto é, uma campanha que tenha como centro a atividade militante de todos os envolvidos. Diferentemente da burguesia, que contrata cabos eleitorais, o PCO irá dispor seus militantes em todo o País para baterem de porta em porta, de casa em casa, de rua em rua, denunciando a fraude eleitoral e o governo Bolsonaro. O PCO não sairá às ruas para distribuir os “santinhos” de seus candidatos, mas para fazer propaganda de seu programa revolucionário, panfletando em terminais de ônibus, portas de fábrica e em todo lugar onde estiverem os trabalhadores.