Os acontecimentos que veem marcando, nas últimas semanas, o conturbado cenário mundial eleva ao máximo todos os sinais potencialmente explosivos, apontando para um quadro ainda mais agudo da crise do capitalismo, acentuadamente marcado pelo parasitismo financeiro e pela gigantesca especulação dos papéis que circulam pelas praças financeiras do mundo, sem qualquer valor real.
O crash da bolsa ocorrido na última segunda-feira, dia 09 de março, seguido do pânico instalado nos mercados especulativos ao redor do mundo, nada mais foi do que a manifestação de um sintoma agudo desta crise, que se arrasta desde o último abalo do sistema, em 2008, do qual o capitalismo financeirizado nunca se recuperou.
O cenário tornou-se mais lúgubre e pavoroso com a expansão mundial do coronavírus, aprofundando ainda mais todas as tendências destrutivas do sistema, que nesta etapa atual não oferece qualquer mínima perspectiva de uma saída progressista que supere o quadro atual de desagregação mundial. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou o coronavírus como pandemia, com a ocorrência de casos confirmados em todos os continentes.
No Brasil, o regime burguês-golpista-fraudulento vem atacando duramente as condições de vida da população pobre e explorada do País, agudizando uma situação que é já por demais caótica e calamitosa em todos os aspectos. Desde quando assumiu, há mais de quinze meses, Bolsonaro vem aplicando fielmente o receituário neoliberal da burguesia imperialista, destruindo toda a infraestrutura do Estado brasileiro, com a entrega do patrimônio público ao grande capital privado.
A chegada do coronavírus ao Brasil, que já registra casos confirmados, expõe o País à dura realidade da selvageria política dos golpistas, que estão conduzindo a nação, a sociedade e particularmente os trabalhadores e as camadas mais vulneráveis da população ao abismo e a uma situação de total e completa calamidade social. Uma das áreas mais sensíveis, que evidencia o poder deletério da ofensiva neoliberal, é a saúde pública, sob ataques cada vez mais impiedosos dos golpistas reacionários, que veem se esforçando para destruir a rede pública que presta assistência à população pobre e carente. A investida reacionária do governo de Jair Bolsonaro contra o servidor público e os serviços públicos dá a exata dimensão do abandono a que foi relegado o País nas mãos dos golpistas.
Todo este quadro nos conduz a uma única e só conclusão: Este governo não pode mais continuar à frente do País. Bolsonaro se coloca, em todos os sentidos, como o maior inimigo da nação e do povo trabalhador. A enorme crise na qual o Brasil está imerso exige uma ação decidida e determinada no sentido de colocar todos os esforços e recursos do País a serviço dos interesses da maioria da população, neste momento completamente a mercê dos ataques do regime burguês, que favorece tão somente os grandes capitalistas. Bolsonaro é não só incapaz de liderar o que quer que seja, como se coloca abertamente contra os interesses nacionais, adotando uma política de lesa-pátria, capacho do imperialismo e do grande capital.
Todo este cenário de crise e calamidade social coloca para a esquerda nacional e o conjunto das direções dos diversos movimentos de luta dos trabalhadores o desafio de organizar e levar adiante um amplo movimento para colocar para fora o governo que vem promovendo toda esta gigantesca obra de destruição nacional. Bolsonaro não pode mais continuar como mandatário da nação; não pode mais continuar liderando o ataque aos explorados e à população pobre e sofrida do País. É mais do que urgente a necessidade de ir para as ruas para exigir a sua queda; exigir o fim de toda esta tragédia nacional representada pelo governo golpista, da extrema direita, dos generais reacionários que ameaçam a sociedade e a nação com golpe e ditadura. Para ser consequente com esta perspectiva, é necessário uma ampla convocação para que o conjunto da população e suas organizações de luta ocupem as ruas do País nos dias 14 e 18 próximos, levantando a bandeira do “Fora Bolsonaro; Fora todos os golpistas; Fora o governo dos banqueiros, dos capitalistas e especuladores.