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Polêmica

Uma frente impossível

Para Gilberto Maringoni ( PSOL) é preciso ampliar a capitulação politica incorporando mais forças reacionárias em uma frente amplissima de conciliação de classe

De acordo com setores da esquerda nacional cada movimento do tabuleiro político, cada sinal de fraqueza ou pelo contrário de força do presidente ilegítimo Jair Bolsonaro é justificativa ou melhor pretexto justificado para a constituição de uma frente ampla com a direita.

Alega-se que para “derrotar” Bolsonaro é preciso o estabelecimento de acordos com todos os pretensos adversários de Bolsonaro, que automaticamente são alçados na condição de “novos aliados”. Neste sentido, a frente é cada vez mais ampliada, inclusive englobando setores bolsonaristas dissidentes.

No artigo Impeachment pede uma frente amplíssima, o dirigente do PSOL, Gilberto Maringoni defende que para conseguir o impeachment, ou seja, retirar Bolsonaro para entregar a presidência para o seu vice, Mourão Filho é preciso não simplesmente uma Frente Ampla, mas uma frente Amplíssima como o próprio título da matéria indica.

Incialmente era preciso uma “ frente de esquerda”, com políticos ou partidos com verniz de esquerda, que apoiaram o golpe, como o PSB, PDT e a Rede, depois era preciso ampliar para o “ centro”, quer dizer centrão, comandado pelo DEM de Rodrigo Maia, que foi apoiado por parte do PT e pelo PCdoB para presidente da Câmara de Deputados, pois bem, com a crise do Coranavírus, acrescenta-se também os governadores da extrema direita, os “ novos heróis” Dória e Witzel, bem como setores do próprio governo Bolsonaro, como o ex-ministro da saúde, Luiz Henrique  Mandetta.

Ao passo que Bolsonaro continua com sua política genocida contra a saúde pública, que diante dos embates do governo com o Congresso e com STF endossa as manifestações pró ditadura militar no último dia 19 de abril, a ocasião para o impeachment chegou? Certamente, responde Gilberto Maringoni, mas como proceder para viabilizar politicamente e legalmente o impedimento do presidente, uma vez que apesar de minoritário no Congresso, Bolsonaro ainda tem os votos necessários para inviabilizar o impeachment?

“Estamos todos confinados e não há como realizar manifestações de rua. Embora o presidente não tenha controle do Congresso, também não existe uma maioria de 2/3+1 contra ele, para viabilizar sua saída.” (https://www.diariodocentrodomundo.com.br/impeachment-pede-uma-frente-amplissima-por-gilberto-maringoni)

Além do mais, prossegue Gilberto Maringoni

“A maior parte dos que clamam pelo impeachment de Bolsonaro prega a formação de uma frente que envolva apenas a esquerda. No entanto, para se obter a abertura de um processo de tal ordem, o leque de forças a ser constituído deve envolver a velha direita (DEM, PSDB, PMDB e outros mais), o centro (PT, PSB, PDT, Rede), a esquerda (PSOL e PCdoB), além da esquerda sem representação parlamentar (PSTU, PCB, PCO). Entram nessa somatória o movimento social, além de parcela expressiva do empresariado, incluindo a Globo.”(Idem)

Como se vê a defesa da Frente Ampla não  seria fruto de um simples “desejo” de conciliação, mas é tão somente um cálculo, digamos assim de um “realismo político”. Acontece que Maringoni “ esquece” de mencionar que a “ frente que não envolva apenas a esquerda” é constituída pelo “ leque de forças” pela velha direita ,pela Globo , pelos empresários e agora com os governadores da extrema direita que não somente deram o golpe de Estado em 2016, como colocaram e sustentam Bolsonaro, sendo por isso, que o governo não caiu ainda.

Decerto, a luta contra Bolsonaro passa pela denúncia da política do governo em relação a pandemia do Coravírus, como afirma Maringoni “Mas só se ganhará a maioria da população através do combate duro à pandemia no sentido político, buscando desmascarar a hipocrisia genocida da extrema-direita sobre a população pobre.”

Entretanto, ao afirmar que “E o combate à pandemia envolve muito mais do que a esquerda.”, Maringoni no afã de justificar a formação da frente amplíssima de “ salvação nacional” entre a esquerda e a direita para combater Bolsonaro e o coronavírus, está ocultando que também os governadores da direita e o centrão que domina o Congresso também tem uma política genocida contra os pobres. A frente amplíssima serve para mascarar a hipocrisia do “ leque de forças” (velha direita ,pela Globo , pelos empresários, etc) cortejados pelo dirigente do PSOL.

Por fim, na conclusão do seu artigo Maringoni resolve “ radicalizar” e afirma que sem a frente amplíssima não existe salvação ou melhor o “ programa básico” é a “ saída democrática de Bolsonaro e a erradicação do Covid-19”.

“A construção de uma amplíssima frente deve ter como ponto de união de seus membros (ou programa básico), a saída democrática de Bolsonaro do governo e a erradicação do covid-19. São propostas radicais, ou seja, vão à raiz dos problemas imediatos. A disputa pelo programa econômico pós-boçal não tem condições de ser feito nessa fase da luta.”

O mais grave é que a política da frente amplíssima significa na prática a mesma política da direita para os trabalhadores, desemprego e cortes salários. Para o “ realista” e “radical” dirigente do PSOL “ nessa fase da luta” a esquerda não deve enfrentar a direita e a burguesia nem muito menos  seus planos malignos, não deve realizar “ uma disputa pelo programa econômico”. A frente amplíssima é simplesmente a ampliação da capitulação política diante da burguesia golpista, aceitando todos os ataques contra os trabalhadores.

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