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O "mal menor" na Câmara?

Uma esquerda dependente da direita

Fica evidente que a esquerda não tem nenhuma política independente, repetindo a mesma política que se viu nas recentes eleições municipais e na situação geral do País

Depois da fraude das eleições municipais, vencidas pela direita golpista, principalmente, por seu partidos tradicionais do bloco dominante, herdeiros dos partidos do regime militar, o MDB (o MDB e o PSDB) e a Arena (DEM, PSD e PP), as maiores atenções das máfias politicas da burguesia – despreocupadas com o sofrimento do povo – se volta para a eleição do comando do Congresso Nacional, um dos pilares importantes do regime golpista.

O bloco dominante busca manter o comando da Câmara e do Senado, hoje presididos pelo DEM e, assim, como nas eleições municipais, usar a disputa mafiosa com o bolsonarismo com pretexto para manter o apoio de setores da esquerda com o qual contou para chegar à situação atual, com parlamentares da esquerda fechando apoio ao “general da Reforma da Previdência”(na palavras de Bolsonaro), Rodrigo Maia, para a presidência da Câmara (ainda que de forma dividida) e ao reacionário senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) para o comando do Senado. Esta política tem também o objetivo de conter a polarização política – até mesmo no parlamento – entre a esquerda e a extrema direita bolsonarista, anulando a esquerda.

Segundo informações da imprensa golpista e até mesmo de parlamentares da esquerda,  a esquerda estaria dividida – principalmente – entre apoiar o candidato do bloco dominante do regime golpista, que busca se unificar, na Câmara, em torno de um candidato do bloco liderado pelo atual presidente da Casa ou apoiar outro golpista, o deputado Arthur Lira (PP-AL), que foi considerado um dos principais aliados do ex-deputado e ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), que conduziu a abertura de processo de impeachment contra a presidenta Dilma, tendo sido inclusive indicado por este, em Fevereiro de 2015, para presidir a Comissão de Constituição e Justiça, uma das mais importantes do Congresso. Lira é o candidato apoiado pelo presidente Bolsonaro e já teria atraído o apoio do PSB.

A pressão em favor de Lira cresceu depois da decisão do STF de impedir uma nova reeleição de Rodrigo Maia diante da pressão recebida pela votação inicial que apontava no sentido oposto, a tal ponto do deputado Rogério Correia (PT-MG) anunciar que iria propor que “o PT deve descartar apoio a qualquer candidato indicado por Jair Bolsonaro à presidência da Câmara Federal“, se referindo concretamente a que “o partido não deve contribuir para eleger Arthur Lira (PP-AL), candidato bolsonarista, que corteja partidos da esquerda e centro-esquerda, entre eles o PT, com o discurso de “independência dos poderes”.

Na última eleição, o PT – maior bancada da Câmara – cedeu a vez ao PSOL no lançamento de um candidato da esquerda, sendo usado para a promoção do deputado Marcelo Freixo, então notório pré-candidato à prefeito do Rio de Janeiro, aumentando seu cacife na “negociação” que levou a que desistisse da sua candidatura a prefeito em claro benefício do candidato do DEM, eleito prefeito do Rio, Eduardo Paes.

Em vários momentos, na Câmara Federal e outros parlamentos (como na ALESP, por exemplo) deputados da esquerda fecharam acordo com a direita, alegando que se tratava de garantir a tradição de que o partido com maior número de deputados presida a casa. Agora, quando se trata do PT, isso não serve nem mesmo para lhe assegurar uma candidatura própria com apoio da esquerda.

Neste processo, mais uma vez, a esquerda parlamentar, em sua maioria, alega atuar em defesa do tradicional “mal menor”, uma política está colocando a esquerda cada vez mais profundamente a reboque da direita. A mesmo tempo em que setores mais direitistas, atuam no processo para auferir vantagens parlamentares, como cargos na mesa e comissões, que nada têm a ver – de fato – com os interesses dos trabalhadores que dizem representar.

Fica evidente que a esquerda não tem nenhuma política independente, repetindo a mesma política que se viu nas recentes eleições municipais e na situação geral do País.

A esquerda burguesa e pequeno burguesa ficou desnorteada desde o primeiro momento diante da iniciativa da direita golpista. Em vez de ter uma política independente, passou a defender os governadores “científicos”, como Doria. Ao invés de denunciar a politica genocida de toda a direita (Bolsonaro, Doria, Maia etc.) buscou uma aliança com setores golpistas na frente ampla e defendeu o “mal menor” nas eleições, se mostra disposta a fazer o mesmo nas disputas no Congresso Nacional e assim por diante.

É preciso criticar a política de contenção do bloco dominante e, é claro, de modo algum se aliar à extrema direita bolsonarista.

Ao contrário disso, a necessidade colocada é denunciar  as negociatas no Congresso, que também ocorrem em torno da vacina e, ao contrário de defender inserisses particulares e/ou de grupos que atuam como verdadeiras máfias políticas, exigir – por meio da mobilização – o  imediato atendimento à população diante do agravamento da situação, o que não pode ser feito com o “rabo preso” com a direita golpista, seja qual ala for.

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