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Uma derrota histórica do povo brasileiro: os golpistas e suas instituições encurralam o PT que retira a candidatura Lula

Neste 11 de setembro de 2018, a direção do PT intimidada e acuada por uma feroz campanha de cerceamento dos direitos democráticos do ex-presidente Lula, preso injustamente em Curitiba, resolveu substituir a candidatura do principal líder político do país, que se encontrava na dianteira em todas as soldagens eleitorais.

As circunstâncias que levaram a substituição de Lula precisam ser denunciadas, uma vez que as instituições do regime, como o judiciário, não permitiram que até mesmo as normas elementares costumeiras e constitucionais fossem respeitadas. Assim a legislação foi descaradamente alterada para impedir que Lula pudesse exercer o seu direito de se candidatar. Nos últimos dias, os prazos foram alterados ( a legislação garante o direito do Partido ou coligação substituir o candidato até o dia 17 de setembro, mas o TSE impôs o dia 11 de setembro como data limite para a substituição da candidatura). O horário do PT foi censurado, com a proibição do aparecimento de Lula. Por sua vez, porta-vozes dos militares ameaçaram intervir se os direitos de Lula fossem preservados.

Nesse curto período eleitoral, Lula e mesmo Haddad como seu vice, foi impedido de participar dos debates na TV, e a imprensa realizou uma formidável e monstruosa campanha para atacar cotidianamente a candidatura Lula, mesmo antes do julgamento relâmpago do TSE do processo de impugnação, a imprensa capitalista vinculava que Lula não poderia ser candidato.

O crescimento continuo de Lula nas pesquisas eleitorais causaram a queda da bolsa, a alta do dólar e o pânico dos golpistas. A imposição da retirada da candidatura Lula é sem dúvida a questão chave da eleição. Através de toda sorte de expediente, os golpistas colocaram muito claramente que não aceitariam a candidatura Lula. Isso, pelo simples fato que uma eventual vitória do candidato colocaria em xeque o golpe, que se encontra em situação de descompasso.

A candidatura Lula é o ponto fora da curva, e na medida em que o colapso do governo Temer arrastou consigo os partidos tradicionais como o PMDB, PSDB e os partidos do centrão, a realização do processo sucessório, ou seja a substituição do governo golpista completamente desgastado por um “ novo” governo legitimado pelas “ eleições” transformou-se em algo extremamente custoso. Em meio à crise constante, até mesmo a cartada de Bolsonaro ficou completamente comprometida diante o verdadeiro vendaval de apoio popular que a candidatura Lula expressou.

A perseguição contra Lula, sua prisão e finalmente o impedimento da sua candidatura somente confirma que os golpistas têm plena consciência que não podem permitir de forma alguma uma disputa verdadeiramente democrática.

Em 2016, a direita promoveu um golpe de Estado que derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff, através de um impeachment fraudulento. O desenrolar do governo golpista do vice conspirador foi perdendo rapidamente qualquer vestígio de popularidade. Como se sabe, o governo Temer é o governo mais impopular da história do país, que somente se mantém devido a tutela militar. O golpe não gerou estabilidade política, muito pelo contrário, somente fez aumentar a polarização política, incrementando o desprestigio das instituições do regime, sejam elas do executivo, legislativo e do judiciário.  A aplicação do programa golpista como a Reforma Trabalhista, desmonte dos programas sociais, a aprovação da PEC 95, entrega da riqueza nacional, entre muitas outras arrasaram os partidos tradicionais da burguesia que implementaram o golpe.

A completa falta de sustentação popular, mesmo com o jogo manipulado pela mídia, controlado inteiramente pelas instituições dominadas pelos golpistas, além da intervenção direta do poder econômico, a presença de Lula como candidato provocou um tensionamento político e uma ameaça real aos domínio do golpe sobre as “eleições”.

O impedimento da candidatura Lula e a aceitação por parte do PT da chantagem da direita, que mesmo encurralado por todos os lados, somente timidamente esboçou uma reação, restrita na maioria das vezes a medidas legais no interior das instituições, como já assinalamos controladas pelos golpistas tem um alcance histórico fundamental e estratégico.  Ao contrário do entusiasmo de uma parcela da militância petista, que se deixa levar pelas ilusões que podem “ ganhar” e vencer as eleições, através da “ transferência “ ou como dizem os mais afoitos a “ Transposição” de votos de Lula para Haddad, é importante salientar que o dia 11 de setembro representa uma derrota importante para as forças populares.

A direita reacionária identifica objetivamente a liderança popular de Lula como um principal obstáculo a ser enfrentado. Durante os processos eleitorais, Lula e depois sua candidata totalmente desconhecida pelo eleitorado (Dilma) infligiram derrotas sucessivas aos principais caciques políticos burgueses do PSDB. A derrota nas eleições de 2014 mostrou de maneira cabal que não seria através do voto que o PT seria derrotado, por isso a perspectiva golpista presente desde da crise do “ mensalão” passando pelo processo de impeachment de Dilma foi impulsionada. Por sinal, é importante salientar, que a Lava Jato e a retórica contra a “ corrupção” não era destinada apenas para derrubar Dilma, mas para atacar o ex-presidente Lula. Dessa feita, os ataques contra Lula não visavam apenas favorecer o impeachment, mas tinha como objetivo fundamental destruir o “ mito Lula”, apresentado como político “ corrupto e populista”.

O problema colocado para os golpistas sempre foi impedir que um partido de centro-esquerda moderado, com significativa penetração popular, realizador de concessões para os interesses populares pudesse se reconstruir como alternativa viável, mesmo depois de afastado pelo golpe. A questão colocada que era preciso salgar a terra, ou seja, não permitir que o PT, através de Lula, pudesse voltar ao poder. A atuação do Juiz Moro, os ataques constantes da imprensa, em especial da Globo e Veja não são gratuitos, nem  produto de uma perseguição em abstrato, mas sempre buscaram a qualquer custo impedir a presença de Lula nas eleições, uma verdadeira ameaça ao golpe.

De uma forma mais ampla, a força da liderança de Lula é indiscutível, pois conseguiu superar toda a campanha de ataques depreciativos sistemáticos da imprensa capitalista. Fazendo uma analogia histórica, a questão Lula representa um desafio difícil de ser enfrentado pelos golpistas como representou o Getulismo nos anos 50. Por isso, a direita não vacilou em encarcerar o ex-presidente Lula e não permitiu sua candidatura, pois preferiu rasgar qualquer tipo de formalismo e respeito a constituição, despojando-se que quaisquer escrúpulos legais para não ter que enfrentar nas urnas Lula.

Ao contrário da versão fantasiosa que a imprensa golpista procurou passar, não existe nenhum processo democrático eleitoral em 2018. Não se trata disso, mas da realização de um simulacro para garantir de antemão a continuidade do golpe. É preciso compreender que as eleições sem Lula é parte do golpe de Estado. Os golpistas impuseram uma derrota ao movimento anti- golpista. Ao fazer uma encenação eleitoral sem a presença da principal liderança popular, os golpistas se desmascaram ainda mais. Não podemos ceder as arbitrariedades das instituições golpistas, não vamos legitimar a farsa grotesca dos golpistas. Lutar contra o golpe é denunciar que eleições sem Lula é fraude, é golpe!

 

 

 

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