A consultoria alemã Roland Berger, realizou uma pesquisa que traz como resultado que 1/3 das famílias de baixa renda possuem entre seus membros, pelo menos uma pessoa desempregada em decorrência da crise causada pelo coronavírus.
A empresa entrevistou 700 pessoas em todo o país sendo que 30% destas se incluíam na faixa de renda mais baixa, até R$ 800,00 de salário. “Quanto menor a renda, maior o impacto da crise sobre essa população mais vulnerável”, afirma Marcus Ayres, sócio da consultoria e um dos responsáveis pela pesquisa. Segundo ele, o resultado reflete o efeito da crise nos pequenos negócios, que concentram os empregos de menor renda. É um efeito em cascata: a lojinha do bairro fecha as portas, deixa de faturar e demite o balconista, que para de consumir, explica.
Outros economista, Thiago Xavier , afirma que a deterioração da economia e mercado de trabalho é acelerada. ” No início da quarentena, a previsão de desemprego era de 12,9% ao final deste ano, num cenário básico, e de 14,1% num cenário pessimista. Nos últimos dias, o cenário pessimista virou o cenário básico e nada garante que as projeções não possam piorar, com o aumento de demissões principalmente dos desalentados e vulneráveis”. O economista afirma ainda que estas previsões decorrerem da paralisação dos pequenos negócios que abrangem 50% da pessoas ocupadas no país, cerca de 40 milhões .
A pesquisa revelou ainda que 57% das famílias não apresentam nenhuma reserva de emergência para se manter sem emprego. O que não é nenhuma surpresa, haja visto que o salário mínimo no Brasil está muito distante dos R$ 4800,00 reais definidos pelo DIEESE, e o trabalhador precisa escolher entre comer, e mal, ou morar ou pagar energia. A gravidade da situação econômica fica bastante evidenciada quando a mesma pesquisa aponta que nem mesmo a classe média tem recursos para um mês sem emprego.
O que se vê no Brasil é o resultado dos sucessivos anos de ataque aos trabalhadores e ao emprego no país. A destruição da economia em prol da austeridade fiscal jogou milhares de pessoas no trabalho informal pela destruição dos postos de trabalho. São hipocritamente chamados de microempreendedores, justamente estes os mais afetados pela crise. É a “uberização” do trabalho , resultado da crise capitalista.
O governo golpista Bolsonaro/ Guedes/Maia , não apresenta nenhuma saída tanto para o trabalhador como para os ditos microempreendedores. A tal bolsa miséria é uma fraude que deixará de fora do benefício 50 milhões de pessoas, isso sem falar do eterno “ em análise”. As linhas de crédito por sua vez ficaram mais restritas impedindo a recuperação dos pequenos negócios.
O governo Bolsonaro é o governo da fome, da miséria e do financiamento dos banqueiros. Para estes trilhões, para o povo a perspectiva de dias dias difíceis de luta pela sobrevivência . O único caminho possível para a população brasileira é a derrubada deste governo fascista que mostra a todo instante a sua determinação em exterminar boa parte da população mais pobre do país.
