Por quê estou vendo anúncios no DCO?

Novamente caem as vendas

Um retrocesso de 15 anos nas vendas da indústria automobilística

Produção e vendas não se recuperam antes de 2023

As montadoras de automóveis já retornaram às atividades. Uma das primeiras a sair da quarentena ou do isolamento, em 11 de maio, foi a Fiat Chrysler (FCA), que tem fábricas em Minas Gerais, Pernambuco e Paraná. Segundo afirma Antonio Filosa, presidente da FCA para a América Latina, a retomada não é a todo vapor mas em sistema de para e segue (stop and go), conforme a disponibilidade de peças e em função principalmente dos pedidos feitos pelas revendedoras.

Na Fiat, a queda das vendas, entre exportação e mercado interno chegou a 70%. Por isso, Filosa acredita que na América Latina só conseguirão retomar os níveis de produção e vendas de 2019, em 2023. E, como sempre fazem em todas as crises, pressionam o governo para receber algumas facilidades, mas reconhecem que a Medida Provisória 936, que retirou direitos trabalhistas e facilitou a redução de salários, ajudou muito a empresa. (O Globo, 27/5/2020). Nesses últimos meses 74% dos 107 mil trabalhadores da indústria automobilística tiveram seus salários reduzidos e contratos suspensos.

As montadoras têm muito fôlego e instrumentos para enfrentar a queda nas vendas e a redução da produção. Todas elas têm seus próprios bancos e financeiras e estão integradas no mercado mundial. Para as 7 mil empresas da cadeia produtiva, com seus 1,2 milhão de empregados, a história é outra. Grande parte não tem capital de giro nem meios para negociar com os bancos.

Segundo a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, o setor automobilístico precisa agora de R$ 50 bilhões em capital de giro.

Mesmo com estoques cheios e dificuldades de vendas, os consumidores não encontrarão carros mais baratos ou promoções. O setor tem aumentado os preços em níveis jamais vistos no país. As montadoras argumentam que isso ocorre por causa da desvalorização da moeda brasileira. Os insumos importados aumentaram muito o custo e este está sendo repassado integralmente ao preço final dos automóveis. A GM, por exemplo, elevou em 4% o preço de seus carros em maio, “e com isso o Onix Joy, modelo de entrada e o mais vendido do país, passou a custar 52.150 reais. São necessários quase 50 salários mínimos para adquirir o carro mais popular do Brasil” (Veja, 9/5/2020).

O dirigente da Fiat acredita que no país a demanda cairá em até 40% neste ano, um retrocesso de 15 anos no mercado de automóveis. Repete-se agora o que ocorreu em abril, no mês passado foram vendidos 55,7 mil veículos novos. Os negócios caíram 76% em relação a abril do ano anterior e 66% em relação a março, “o mercado brasileiro registrou o pior resultado mensal para o setor desde fevereiro de 1999” (IstoÉ Dinheiro, 5/5/2020).

As exportações podem não ser a esperança das empresas, mesmo que para o mercado externo os preços dos automóveis fabricados no Brasil acabem saindo mais em conta, por conta da desvalorização do Real, as montadoras encontrarão dificuldades nos mercados consumidores que também estão sofrendo com a pandemia e a redução geral na renda disponível para bens duráveis.

Mesmo com as restrições que a crise econômica impõe, é provável que as montadoras continuem seus planos de investimentos e modernização das fábricas. Isso porque a concorrência acabará impondo a modernização das plantas. O aumento de produtividade será às custas de mais empregos que serão perdidos. Por isso, é muito provável que o trabalhador brasileiro que perdeu o emprego agora ou vai perder nos próximos meses, jamais conseguirá retornar ao chão de fábrica novamente.

A crise capitalista está impondo e vai impor muito mais perdas e sacrifícios à classe trabalhadora. Não é hora de relaxar ou titubear com os instrumentos de luta dos trabalhadores, especialmente com os sindicatos.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.