Na última segunda-feira (27), o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), enviou um ofício ao presidente ilegítimo Jair Bolsonaro. O documento propunha uma reunião de todos os governadores do País e a discussão sobre a criação de “Pacto Nacional pelo Emprego”. No ofício, Dino cita os dados apresentados pelo próprio ministro da Economia, o “chicago boy” Paulo Guedes, e defende um plano de emergência para evitar o aumento do desemprego.
No dia seguinte, Bolsonaro respondeu ao ofício, demonstrando total desinteresse com a proposta. O presidente ilegítimo criticou o governo do Maranhão — “Governador agora quer que eu faça um pacto pelo emprego, mas ele continua com o Estado fechado” — e ainda ofereceu uma banana a Flávio Dino.
Dino já havia sido criticado antes por Bolsonaro. Na época, veio a público um vazamento do presidente ilegítimo, em que dizia que Flávio Dino era o pior dos “paraíbas” — isto é, dos nordestinos.
Esse acontecimento, que não causa surpresa para absolutamente ninguém, demonstra, mais uma vez, a falência da política de conciliação de classes. Mais do que uma conciliação de classes, trata-se de uma proposta de aliança com a extrema-direita. Como uma “jogada de marketing” por parte de Flávio Dino, o ofício pode ter algum efeito, mas como política para atender às demandas dos trabalhadores, logicamente que será inócua.
A aliança é inócua porque, acima de tudo, Bolsonaro é o maior responsável pelo desemprego no País. Desde o golpe de Estado de 2016, a direita vem promovendo uma política agressiva contra os trabalhadores, procurando descontar todo o ônus da crise capitalista sobre as costas do povo. Essa política, que, entre outras coisas, levou ao fechamento de milhões de postos de trabalhos, é a razão para o desemprego. Com o governo Bolsonaro e com a pandemia de coronavírus, isso apenas se acentuou.
Não há qualquer perspectiva positiva, portanto, em uma aliança com o governo Bolsonaro, nem mesmo se colocada essa aliança em um âmbito supostamente administrativo. É preciso mobilizar os trabalhadores pela derrubada do governo Bolsonaro, fascista e inimigo do povo, e pela derrubada do regime político estabelecido desde o golpe de Estado.