Diante do aumento da violência policial e de a polícia estar abertamente apoiando o fascista Jair Bolsonaro e sua corja dentro do governo, a imprensa burguesa tem propagandeado o movimento Policiais Antifascismo para mostrar que as forças policiais do Estado poderiam funcionar de outra maneira e não alinhada ao fascismo.
E, novamente, por não possuir uma política própria que defenda a população, a esquerda caiu de cabeça e abraçou a bandeira de defender uma polícia mais “humana” e “preparada”, mas que mantém a mesma estrutura controlada pelo Estado e, consequentemente, pela burguesia, que impulsiona o fascismo.
Tanto é assim que até se está lançando candidatos e propondo a formação de uma bancada “antibala”. Segundo o próprio movimento Policiais Antifascismo, “O movimento de policiais antifascismo está lançando 8 pré-candidatos para as eleições em 2020, formando a Bancada Antibala. Pretendem concorrer à câmara municipal em diversas cidades e por se tratar de um movimento suprapartidário, unido por causas e lutas comuns, há também uma grande diversidade de partidos”. Mas, em geral, esses policiais estão dentro de partidos de esquerda como o PT e o PSOL.
Defesa de pautas que reforçam o papel repressivo da polícia e o monopólio das armas pelo Estado
Como o próprio movimento diz, ele defende uma política que reforça a estrutura da polícia nas mãos da direita. Isso porque defendem que a polícia seja desmilitarizada, mas a grande maioria fascista da corporação continuaria no papel de “agente de segurança”, realizando rondas, abordagens e investigações, além de reprimir em caso de greves e manifestações. Ou seja, o fascista só mudaria de “roupagem”, mas realizaria as mesmas atrocidades e cumpriria ordens do Estado controlado pela burguesia.
Outro ponto é a defesa de mais treinamento e equipamento para que as forças de repressão cumpram seu dever. Dever esse que precisa ser entendido como o ataque aos trabalhadores. Resumindo: mais condições para reprimir a população.
E nesse momento levantam a formação de uma bancada antibala, que significa retirar da população o direito de se armar e se defender do Estado inclinado cada vez mais ao fascismo e da direita que está cada vez mais violenta nas ruas, garantindo ao Estado e à burguesia o monopólio do armamento.
Um movimento impulsionado pela burguesia para manter o controle da polícia
O movimento dos Policiais Antifascismo, apesar de ser um movimento com uma cara de esquerda, está sendo impulsionado pela burguesia num momento em que a extrema direita avança e fica cada vez mais claro o papel das forças policiais do Estado em atacar a população, causando grandes revoltas pelo mundo, como no caso que gerou mais protestos pela morte de George Floyd nos EUA.
Os trabalhadores têm questionado cada vez mais a atuação da polícia, e não é por acaso que surge um movimento com uma fachada esquerdista, mas que serve aos interesses da direita de manter o controle das forças policiais pelo Estado para reprimir o povo.
É uma maneira de evitar o questionamento da função da polícia afirmando que uma outra polícia é possível, mas que mantém o controle das forças policiais pelo Estado e não pela população.
É preciso defender as bandeiras de extinção da polícia atual
A esquerda não pode seguir à reboque da política da burguesia e propor medidas de segurança que reforçam o aparato policial e de repressão estatal. O programa que deve ser defendido pela esquerda é a dissolução das forças policiais, e que os policiais atuais não cumpram nenhuma função de segurança ou atividade parecida. Foram formados para perseguir e reprimir a população, e isso não vai mudar enquanto existir essa força repressiva.
A população deve constituir seus próprios grupos de defesa e segurança, as milícias populares. Com pessoas eleitas pela comunidade para poder fazer a segurança do povo contra as investidas da PM, que se dão, sempre, contra pessoas desarmadas, indefesas.
É preciso a criação de polícias municipais sob o controle popular e dos comitês de autodefesa armada da população.