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Crise em Manaus

Um mês depois do colapso que ocorreu três meses atrás…

A crise de oxigênio já se apresentava em novembro, mas só veio a ser noticiada pela imprensa burguesa após a posse do novo prefeito, que não é um "científico" do PSDB

No último mês, a imprensa burguesa deu considerado destaque para a situação de calamidade em Manaus, no estado do Amazonas. O colapso do sistema de saúde teria se dado nos dias 14 e 15 de janeiro, de acordo com os principais veículos de informação da imprensa golpista e aconteceu por conta da falta de oxigênio e de insumos, devido ao grande volume de internações nos hospitais. O governo do Amazonas já transferiu mais de 500 pessoas para outros estados porque os hospitais não têm mais condições de recebê-los.

Anteriormente à crise, a média diária de consumo de oxigênio nas unidades de saúde era de 1 mil metros cúbicos e passou 76,5 mil metros cúbicos durante essa “segunda onda” de casos de covid-19. A média atual é de 86 mil.

O que a imprensa procura ocultar é que a crise em Manaus já ocorre há mais tempo. A própria Secretaria de Saúde do Amazonas já previa que a quantidade de oxigênio não seria suficiente para uma possível alta dos casos de covid no mês de novembro. O colapso só veio a ser noticiado de fato em janeiro, mas o problema já era esperando por todo o governo, que negligenciou completamente o princípio dessa situação caótica.

A questão do oxigênio foi ignorada, em primeiro lugar, porque de fato não há interesse algum por parte da burguesia em buscar soluções para o problema sanitário do corona vírus. O que se vê são os agentes da burguesia, prefeitos e governadores dos estados, usando de medidas desesperadas (e farsescas) de isolamento social como único método para conter o avanço dos contágios. Em segundo lugar, antes da crise ser anunciada pela imprensa, quem ocupava o cargo de prefeito no município de Manaus era Arthur Virgílio Neto, do PSDB e um dos fundadores do partido. Em janeiro, assume a prefeitura David Almeida, eleito em 2020 pela sigla do AVANTE, partido da extrema-direita da burguesia.

A bomba da situação do sistema de saúde de Manaus só veio a estourar em janeiro, quando o antigo prefeito do PSDB deixa o cargo. Cabe lembrar que durante toda a pandemia, a maior parte da esquerda pequeno-burguesa considerava as figuras da direita tradicional, de partidos como MDB, PSDB e DEM, como a direita democrática, civilizada e científica. Os ditos científicos, que aplicavam medidas repressivas como lockdown e fechamento dos comércios, eram vistos como salvadores e heróis na luta contra a pandemia, mesmo não fazendo absolutamente nada diante das milhares de mortes e somente fingindo manter os trabalhadores em casa, o que se mostrou uma grande mentira, visto que a população, via de regra, não deixou de trabalhar em momento algum.

Nesse caso, a denúncia do colapso serviu para jogar lama no adversário político da burguesia e limpar a barra do “cientista tucano”. Da mesma forma como a burguesia fez com Bolsonaro ainda no começo desse ano, fazem-no contra outros elementos da extrema-direita, que provocam uma crise no regime político. A burguesia atua a todo momento no sentido de tentar pôr panos quentes e retomar o controle da situação política pelos seus tradicionais nomes, o conhecido “centrão” e nessa empreitada conta com um considerável apoio da esquerda. Esse apoio pôde ser visto nas últimas eleições para as Mesas Diretoras do Congresso, onde os parlamentares de esquerda apoiaram candidatos tanto da direita tradicional como dos setores mais ligados ao bolsonarismo, respectivamente Baleia Rossi (MDB) e Rodrigo Pacheco (DEM).

O objetivo da burguesia é de podar seus adversários políticos da extrema-direita, a fim de ter de volta o controle do Estado por políticos mais palatáveis ao regime, como João Doria, do mesmo PSDB de Arthur Virgílio Neto. A situação só é de caos quando o PSDB não governa. Diante disso, não devemos ter ilusões sobre os interesses criminosos da burguesia perante a pandemia. Tanto a direita tradicional como a extrema-direita são inimigas do povo e devem ser combatidas nas ruas, através da mobilização dos trabalhadores.

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