A greve dos caminhoneiros colocou o governo em xeque. Para os que tinham dúvidas se a greve era um locaute, os efeitos sobre o regime golpista deixam claro o que significa a ação dos caminhoneiros.
Primeiro porque os primeiros a atacar a greve foram os próprios golpistas, a começar pela rede Globo e o resto da imprensa golpista. Um locaute de verdade só poderia ser apoiado pelos setores da burguesia mais poderosos, ligados ao imperialismo.
O fato de que muitos caminhoneiros constituem uma base direitista, defendendo a intervenção militar e coisas do tipo, também não deve ser o único medidor da greve. É preciso ter claro o sentido político e econômico objetivo da mobilização. E ela é contra a política neoliberal que os golpistas impuseram ao país, de entrega do petróleo e privatização a Petrobrás.
Mas o fato de os caminhoneiros constituírem essa base direitista foi um fator de crise. Os golpistas não podem reprimir a greve com toda a força, sob pena de perder a única base real que teriam, inclusive para um eventual golpe militar.
A crise mostrou que é necessário que a esquerda e as organizações dos trabalhadores tomem a iniciativa. É preciso que a CUT chame uma greve geral e oriente a tendência enorme de luta, colocando as principais reivinidcações da luta contra o golpe.