No início da tarde desta sexta (09/10), João Doria, governador de São Paulo, anunciou, em coletiva de imprensa, o avanço para fase verde do Plano São Paulo. Com isto, ficam autorizados o funcionamento de de cinemas, museus, teatros e eventos. Ficam liberados, portanto, eventos para até 600 pessoas desde que não sejam festas (que permanecem proibidas). Eventos maiores precisarão de autorização da gestão municipal, com o limite de até 2 mil pessoas.
O plano São Paulo
O plano São Paulo normatiza o processo de retomada das atividades econômicas, é dividido em cinco fases (vermelha, mais restritiva, laranja, amarela, verde e azul, denominada “normal controlado” ). Cada região do estado deve atender uma série de requisitos para mudar para as fases menos restritivas e também podem ser rebaixadas a fases mais restritivas se os índices de acompanhamento se deteriorarem. Os critérios de avaliação para determinar a fase que uma região está dentro do plano, são:
- Ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs);
- Total de leitos por 100 mil habitantes;
- Variação semanal de novas internações;
- Variação semanal de novos casos confirmados;
- Variação semanal de novos óbitos confirmados;
- Na fase verde também é considerado óbitos e casos para cada 100 mil habitantes;
- Regiões nas fases 3 (Amarela) ou 4 (Verde) permanecem nessas fases desde que tenham indicadores semanais inferiores a 40 internações por Covid-19 a cada 100 mil habitantes e 5 mortes a cada 100 mil habitantes.
O governo mudou a própria regra em julho e antecipou a autorização de reabertura de teatros, cinemas, salas de espetáculo, realização de eventos culturais e academias de ginástica para regiões que estejam na fase amarela do plano. Demonstrando que o único critério neste plano de retomada não é proteção e saúde da população, mas atender os interesses econômicos da classe dominante.
Outro ponto, é que apesar da existência do Plano são Paulo, cada prefeitura tem autonomia para determinar o que funciona ou não, ou seja, nunca houve um planejamento centralizado coordenado entre as diversas esferas do Estado para enfrentar a pandemia. Tudo não passa de um jogo de aparências para não manchar a imagens de políticos, em ano eleitoral, junto a imprensa burguesa.
Direita golpista promove genocídio da população e farsa midiática
Após o feriado de 7 de setembro, o número de casos confirmados de COVID-19 no estado de São Paulo se elevou no período de 15 dias que sucedeu o feriado. Na baixada santista, registrou-se um aumento semanal de 35% no número de casos e de 61,4% no número de óbitos. Na cidade de São Paulo, o aumento do número de casos foi de 1,5% e o número de óbitos registrou queda de 22,7%.
Frente a esses números o médico infectologista David Uip, que também é membro Centro de Contingência do Coronavírus declarou que “O governo faz a sua parte, mas população faz suas escolhas”, culpando a população pelos desdobramentos da pandemia e não a gestão desastrosa que todas as esferas do Estado Brasileiro fazem desta crise da saúde. Além disso, em nenhum momento fala-se em parar a progressão de fases do tal plano São Paulo, como se a cura do COVID-19 já tivesse sido achada ou número de mortes não aumentasse diariamente.
Já são quase 150 mil brasileiros mortos pela COVID-19, médias diárias de mortes próximas a 1.000 pessoas por meses e os governantes da direita genocida e fascistas agem como se nada estivesse acontecendo, afinal este é o novo normal. Enquanto os abutres do capital especulativo engordam seus lucros, a população morre aos milhares diariamente.
O PCO defende a ampliação do auxílio emergencial e elevação do seu valor, não a reabertura das instituições de ensino sem vacinação generalizada da população, aumento do número de testes realizados e fortalecimento do SUS para enfrentar a crise na saúde.
Conclamamos a toda população a se mobilizar contra o genocídio promovido pela direita golpista e fascista! Fora Bolsonaro! Não a farsa eleitoral em curso! União da esquerda em torno da candidatura de Lula para enfrentamento dos fascistas!