Nesta sexta-feira (29) foi nomeado para o cargo de secretário-executivo do MEC o tenente-brigadeiro Ricardo Machado Vieira, que, desde fevereiro, era o assessor especial da presidência do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
Vieira é a terceiro a ocupar o cargo desde o começo do governo. O primeiro foi Luiz Antonio Tozi, que ficou até o dia 12 março e foi demitido a mando de Bolsonaro depois de entrar numa discussão com os seguidores de Olavo de Carvalho (olavetes), que formam uma parte do ministério.
Depois de Tozi, quem tomou posse do cargo foi Iolene Lima, que permaneceu por apenas 8 dias sem sequer ser registrada no Diário Oficial da União. Apesar disso, ela conseguiu chamar a atenção quando defendeu uma educação “sob a ótica de Deus”: “Numa cosmovisão cristã, o aluno vai aprender que o autor da História é Deus, o realizador da Geografia é Deus. Deus fez as planícies, Deus fez o relevo, Deus fez o clima”.
A grande prioridade da extrema-direita é aprovar o projeto “Escola sem Partido”, apelidado de “Escola com Fascismo”, para enquadrar professores e criar uma sociedade de delatores, como aconteceu com um professor do Rio de Janeiro que foi afastado pelo próprio Witzel, governador do RJ, por usar uma charge de Vitor Teixeira.
Bolsonaro citou o Escola com Fascismo uma semana antes do segundo turno das eleições, alguns dias antes de sua posse e até na sua posse, mas o projeto está parado, assim como o MEC, por conta das brigas internas entre os militares e os olavetes no ministério.
Ricardo Machado Vieira parece ter chegado para conciliar os dois grupos, numa entrevista recente ele afirmou que “é preciso melhorar o diálogo para tentar amenizar a disputa interna que se estabeleceu na pasta”. O general de fato deve ser o novo ministro para controlar a loucura.
Ricardo Vélez Rodriguez é um olavete e Machado Vieira é um militar, mas os dois têm uma coisa em comum: nenhum entende nada de educação, foram nomeados puramente para ocuparem cargos.
No dia 27 de março um general foi nomeado na área da educação: Francisco Mamede de Brito Filho assumiu o cargo de presidente do INEP, órgão responsável pelo Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Machado Vieira é mais um militar no MEC, mais um militar no governo.
Os estudantes precisam se juntar com os outros setores da população para derrubar os fascistas e impedí-los de tomar conta do governo. Fora Bolsonaro! Liberdade para Lula! Não ao Escola com Fascismo!