O editorial desta terça-feira (20) do jornal USA Today, um dos principais veículos de informação da burguesia americana, chama os eleitores a votar no candidato democrata, Joe Biden, contra o republicano Donald Trump nas eleições que se aproximam. Nas eleições presidenciais de 2016, o USA Today convocou a população a apoiar a candidatura de Hilary Clinton, também do Partido Democrata.
Na sua argumentação, o veículo de imprensa faz uma série de críticas à Trump. Os leitores são convidados a refletir sobre a seguinte questão: “Está a América melhor agora do que há quatro anos atrás?”. Problemas como a pandemia do coronavírus, a crise econômica, desastres naturais e tensões raciais abertas são colocadas como problemas que afligem os Estados Unidos na atualidade. Todos eles teriam relação direta com a administração Trump.
A postura de Trump é citada como um fator que agravou a pandemia, que já matou mais de 200 mil americanos. Os Estados Unidos, com 4% da população mundial, são responsáveis por 20% das mortes registradas por COVID-19 no planeta. Para o jornal, o candidato democrata teria lidado com a crise com maior competência e capacidade, com responsabilidade e sem disseminar informações equivocadas para a população.
O USA Today afirma que uma administração de Joe Biden, na questão do coronavírus, teria seguido a ciência e tentado semear a confiança nas vacinas. O que estaria em jogo nessas eleições seriam caráter, competência e credibilidade, qualidades que são atribuídas ao candidato democrata. Estaria em jogo também o futuro da democracia nos Estados Unidos, ameaçada pelas atitudes de Trump.
Além de não contar com as qualidades necessárias para um presidente, diz o USA Today, Trump é um propagador de fake news, com mais de 20 mil mentiras contabilizadas. Já Biden, devido à sua carreira política de décadas, não estaria na mesma situação, isto é, não se destacaria por contar mentiras à população.
O apoio de um jornal porta-voz do setor fundamental da burguesia americana à Joe Biden revela, por sua vez, que a ala principal do imperialismo está alinhada com o candidato democrata. As alegações em relação a Trump podem ser verdadeiras, porém o mesmo se aplica à Joe Biden, um político da ala dos falcões dos Estados Unidos. Este último foi um entusiasta da guerra do Iraque, propagandista de leis que ocasionaram o encarceramento massivo da população pobre e negra.
Biden e os democratas são representantes da principal fração da burguesia imperialista, isto é, do capital financeiro. Eles se diferenciam de Trump principalmente por uma demagogia política em relação às mulheres, negros e LGBTs. Na realidade, a política de Biden seria ainda mais agressiva e belicosa do que a de Trump. É importante relembrar que a política de golpes de Estado na América Latina se iniciou no período de governo Barack Obama, que também bateu recorde de deportação de imigrantes e construiu os famosos campos de de detenção para estes.