Por João Pimenta
Aconteceu no dia 27 de outubro, uma das mais importantes manifestações políticas do ano, o ato nacional pela Liberdade de Lula em Curitiba. Caravanas de todo o País se mobilizaram para este ato, militantes da luta contra o golpe, por Lula livre e pelo Fora Bolsonaro viajaram penosas horas, alguns penosos dias, para participar deste importante evento. Esta própria coluna foi escrita em um desses ônibus.
A mobilização, que teve como principal impulsionador o Partido da Causa Operária (PCO), foi uma demonstração que é possível, sem grandes máquinas partidárias ou sindicais, realizar grandes e importantes lutas.
A esmagadora maioria dos sindicatos brasileiros, salvo honrosas exceções, como os rodoviários de Sorocaba, ou os professores do Estado de São Paulo, os metalúrgicos do ABC e os Bancários de Brasília, se recusou a mobilizar as bases para este ato.
Pois bem. As bases foram mesmo assim. Metalúrgicos estiveram presentes, de Volta Redonda e outros locais, bancários, professores, petroleiros, estudantes da importante Universidade de São Paulo (USP) e ainda mais, companheiros de base do Partido dos Trabalhadores (PT), da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), que junto com os destemidos companheiros do PCO formam a espinha dorsal de um amplo movimente que pulsa vermelho e luta contra os desmandos originados no golpe de 2016.
O ato foi um grito contra o imobilismo das direções, tanto figurativo, quanto literal. Ao marchar pelas ruas de Curitiba, exigindo liberdade para Lula, a militância gritou: “Não esperaremos o STF, nem 2022, queremos Lula livre já!”. É um sinal de um profundo deslocamento à esquerda de um grande setor da militância mais ativa das principais entidades brasileiras.
Durante a plenária dos comitês, que ocorreu depois da passeata, os militantes expressaram, cada um à sua forma, sua profunda indignação contra os vacilos das direções em mobilizar pela liberdade de Lula, pela total recusa de levantar o fora Bolsonaro! e ainda mais, por querer esperar até 2022.
Lá companheiros do movimento negro, de mulheres, LGBT, estudantil, e outros, foram aos microfones para falar sobre a situação do movimento Lula Livre. Eles denunciaram ações erradas ou a mera a falta de ação, mas como todo movimento vivo, também fizeram ousadas e importantes proposições.
Em primeiro lugar, proposta pela direção do PCO, foi o lançamento da 2ª Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o golpe, contra o fascismo e pela liberdade de Lula.
Foi proposto, por companheiros sindicalistas, lançar uma iniciativa de mutirões de propaganda nas portas de fábrica, e ainda mais, lançar uma campanha nacional, a ser discutida na conferência, pela jornada de trabalho de 35h, sem redução salarial.
Nesta mesma plenária, aquela militância que em geral não fala, teve o direito de falar, de contar suas experiências, alguns com a ditadura de 64, outros com a esquerda, outros na campanha Lula Livre, toda sorte.
Contando com mais de 5000 pessoas, o ato foi um importante exito da mobilização, agora devemos avançar, levar estes ativistas todos ao debate de ideias, de propostas, unificá-los para que possamos, com 5000 pessoas convocando um novo ato, ser 50 mil na porta da Polícia Federal em Curitiba.
Ao trabalho companheiros, a plenária definiu nossas próximas tarefas.
Por uma Conferência de militantes contra o golpe!
Por atos estaduais Lula Livre!
Por um reveillon vermelho, onde quer que Lula esteja!
Fora Bolsonaro!
Lula Livre!