Nessa Campanha Salarial dos bancários, os mais de 450 mil trabalhadores de todo o país entraram em campanha convivendo com uma situação ainda mais dramática do que nos anos anteriores.
Com a chegada ao poder, por meio de um golpe de Estado, de um governo capacho dos países imperialistas, principalmente o norte-americano, impôs um plano econômico cujo o objetivo é utilizar o Estado para a crescente transferência de fabulosos recursos para os grandes capitalistas nacionais e internacionais, num processo de ataque às já precárias condições de vida das massas sem precedentes na história do país. Este processo conduziu a maioria da população a níveis de pobreza e miséria nunca vistos com rebaixamento dos salários, reforma da previdência e trabalhista, terceirização, privatização, etc.
A categoria dos bancários, em virtude de suas características numéricas, e sua natureza central na economia capitalista na atual etapa, poderia deslanchar um importante movimento nacional de luta, unindo-se, inclusive, aos conjunto de outras categorias de trabalhadores (Correios, Petroleiros, Metalúrgicos, etc.) contra o governo, banqueiros e capitalistas. Somente uma luta unitária dos bancários nacionalmente por suas reivindicações poderia abrir perspectiva de reversão do atual quadro.
No entanto, em função da política de capitulação da burocracia sindical nas mesas de negociações com os banqueiros, não impulsionou uma campanha salarial realmente de luta pelas reivindicações da categoria. Ao invés de impulsionar uma campanha real buscaram acordos com a Fenaban que trouxe um enorme prejuízo para o conjunto dos bancários. Não avançaram na organização sindical e política da categoria na perspectiva de mobilização para a greve dos bancários. Com o pretexto de que não era possível fazer assembleias, atos e mobilizações presenciais durante a pandemia, abriram mão da luta tradicional da classe trabalhadora e realizaram apenas movimentos virtuais. Tal pretexto está em total contradição com a realidade da maioria dos bancários que são obrigados a sairem todos os dias para trabalhar nas agências lotadas. A internet e as redes sociais são um complemento, uma ferramenta limitada de divulgação, nunca um substitutivo da mobilização dos trabalhadores nas ruas.
A “campanha salarial” no final das contas ficou reduzida em defesa da manutenção de direitos que os banqueiros tentam a todo o custo retirar: 13ª cesta alimentação, diminuição nos valore da PLR, corte nos 5 dias abonados anuais, no caso do BB, etc.
As demais reivindicações , como reajuste das perdas salariais, roubados pelos banqueiros, aumento real, estabilidade no emprego, dentre outras, embora constassem na pauta de reivindicações não passaram de mera formalidades, tanto foi assim que a primeira proposta de 1,5% (a inflação oficial do período foi de 2,74%) e de 0,5% de reajuste para 2021 apresentada pela Fenaban, de rebaixamento salarial, foi de pronto aceito pela burocracia sindical e, amarrou a categoria quando assinam um acordo por dois anos, sendo que os banqueiros e seus governos estão numa ofensiva reacionária gigantesca, contra os trabalhadores bancários, através das famigeradas reestruturações, com as ameaças de demissões em massa, fechamento de agências, privatização dos bancos públicos, etc. Nos caso dos bancos públicos, tais como o BB e CEF houve um rebaixamento ainda maior, já que os planos de saúde desses trabalhadores tiveram um reajuste substancial.
Os bancários têm sido um exemplo de combatividade entre todas as categorias atendendo sempre aos chamados de luta em todo o país, organizando grandes e combativas greves nacionais, mas estas têm sido constantemente golpeadas, pela política, de capitulação e de acordos com os patrões, de suas direções.
Nesse sentido é preciso combater essa política de capitulação das atuais direções das organizações dos trabalhadores, através de mobilização nas ruas, com a perspectiva de uma direção, classista e de luta que represente de fato os interesses da categoria. Unir todos aqueles dispostos a agrupar um ativismo pelo fora Bolsonaro, contra o regime golpista, que, de fato, uma mobilização que represente os interesses e a vontade da base da categoria.