O Mundo e o Brasil já estão imersos na maior crise sanitária dos últimos cem anos. Uma pandemia que já ceifou mais de 3,5 milhões no mundo e pelo menos 460 mil mortes registradas no nosso país. Para enfrenta-la surgiu o slogan do “Fique em casa”. Entretanto logo foi vista a farsa deste slogan, pois para trabalhadores de vários setores econômicos não foi permitido adotar esta postura.
No primeiro momento, a atividade futebolística profissional foi praticamente paralisada no mundo inteiro. Contudo, a pressão para cumprir os contratos com as transmissões dos jogos começaram a forçar o retorno das competições independente da situação da pandemia.
As justificativas encontradas para o seu retorno seriam a necessidade de fornecer uma atração para os amantes do futebol que estariam em casa e permitir os pagamentos dos profissionais envolvidos na atividade futebolística. A solução seria a adoção de protocolos que em teoria evitariam o contágio de uma doença na época desconhecida aos seus efeitos no corpo humano ainda que se mostrasse mortal para certos casos.
Assim, em 2020, a Alemanha, em maio, seguida pela Inglaterra, em junho, e depois por outros países europeus retomaram os jogos sem permitir a presença do público. A partir desta retomada na Europa, as federações de futebol brasileiras com o apoio do governo Bolsonaro interessado em mostrar que a Covid-19 não passava de uma “gripezinha” começaram a forçar o reinício dos campeonatos estaduais.
A própria Confederação Brasileira de Futebol forçava a situação marcando o início do campeonato brasileiro para agosto do ano passado, alegando a adoção dos protocolos e da realização dos testes iriam proteger os participantes.
As partidas também seriam sem público e nisto atenderiam ao desejo dos donos do dinheiro no futebol, pois a presença dos torcedores nos jogos sempre é uma variável que não se pode controlar. Uma vez que os capitalistas não sabem o que a paixão e a energia dos torcedores podem provocar em um jogo. Quem frequenta as arquibancadas sabe que a ira dos torcedores pode ser dirigida a qualquer um, jogador, técnico, dirigente e governante.
Os capitalistas não querem isto. Eles não querem torcedores, querem consumidores. Se possível assistindo pelas emissoras ou pelas plataformas de internet para garantir os contratos milionários. Como um exemplo: a própria CBF arrecadou mais de R$ 365 milhões reais só de patrocínio e R$ 164 milhões de reais em direitos de transmissão e comerciais em 2020 segundo o balanço divulgado no seu site.
Preferem as arenas vazias no máximo agora permitidas aos convidados dos dirigentes para poderem fortalecer suas ligações políticas. Diferentes dos torcedores que amam os seus times e adoram os confrontos com os seus rivais históricos, os capitalistas veem o futebol como um meio de ganhar dinheiro se eles perceberam que outra atividade pode proporcionar mais lucro vão abandona-lo não sem antes destruí-lo como bons parasitas.
Entretanto os torcedores como representantes da classe trabalhadora não podem desanimar, o futebol só ganhou a dimensão que possui, pois a classe trabalhadora mundial o abraçou e assim não se deve permitir que os capitalistas façam o que bem entendem. Os torcedores devem ser organizar e defender que sejam levadas em conta de modo efetivo e não somente medidos por quando compram itens do seu time do coração.