Os estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) entraram em greve no dia 10 de setembro, segunda-feira, por tempo indeterminado.
Logo após, os técnicos administrativos também aprovaram uma greve, no dia 12 de setembro, embora só tenham ficado um dia sem trabalhar.
Agora foi a vez dos professores da Federal fazerem essa votação. Dos 2,8 mil professores filiados à Associação dos Professores da UFSC (Apufsc), 1.191 votaram para decidir se a greve seria realizada ou não. Apesar dos ataques que sofrem os professores, 787 se posicionaram contra a greve e 387 a favor, totalizando 66% votos a contra, 32% a favor e 17 votos em branco.
Os professores dizem que estão preocupados, mas que uma greve por tempo indeterminado, de modo isolado nacionalmente, não era uma boa forma. Talvez tenha sido o principal motivo da prevalência do não. Mas o mal-estar e a preocupação dos professores é enorme com a situação da universidade, afinal de contas, segundo dados da reitoria, se não houver desbloqueio, a universidade corre sério risco de paralisar suas atividades por completo. (Carlos Alberto Marques, presidente da Apufsc)
A votação foi realizada durante 3 dias por meio de uma votação feita pela internet e a justificativa para a adesão da greve foram os bloqueios que estão sendo feitos pelo governo de Jair Bolsonaro desde o início do ano.
É importante ressaltar que já existe uma mobilização marcada para os dias 2 e 3 de outubro que, na UFSC, está sendo organizada por estudantes e técnicos administrativos. Essa era uma das possíveis pautas de uma reunião do sindicato que seria realizada no dia 20 de setembro, sexta-feira.
Não devemos nos surpreender com tal resultado — os professores são uma categoria mais conservadora, portanto é normal que isso aconteça. É preciso apostar na juventude, uma vez que essa é um setor mais radical nas universidades, estando sempre a frente dos protestos, tendo um grande poder de mobilização.