Depois de mais de um milhão de pessoas saíram às ruas contra o governo ilegítimo do presidente Jair Bolsonaro na última quarta-feira (15), no dia seguinte os estudantes do curso de farmácia da Universidade Federal de Pernambuco entraram em greve em decorrência de um incêndio em um dos laboratórios da Farmácia Escola Carlos Drummond de Andrade (FECDA) que ocorreu no último sábado (11). Cerca de 200 alunos partiram do campus Recife e marcharam até a Reitoria reivindicando melhores condições na infraestrutura do prédio.
O incêndio prejudicou as atividades da farmácia escola, tais como, o estágio curricular dos alunos, o atendimento aos pacientes do Hospital das Clínicas e o fornecimento dos medicamentos à baixo custo à população local. De acordo como Maria Clara de Andrade, presidente do Diretório Acadêmico, o incêndio já era previsível já que foi causado por um ar condicionado em mau funcionamento, o qual fora diversas vezes motivos de queixas à administração do prédio. Ainda, a presidente relata que o incêndio foi o incidente de maior vulto, no entanto, o local onde são realizadas as atividades farmacêuticas já era precário, por ser um galpão provisório agravado com problemas na rede elétrica (curto-circuitos) e hidráulica, que já danificou vários maquinários.
A causa dos incêndios em espaços públicos administrados pela direita não é novidade. A política de corte de gastos para a educação e cultura levam ao sucateamento das instalações físicas públicas. Em 2015, o Museu da Língua Portuguesa pegou fogo em decorrência do corte de verbas para a Cultura, deixando-o sem manutenção e adequação às normas de segurança contra incêndios. Em setembro de 2018, o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro o fogo levou quase todo seu acervo, dado o enxugamento dos gastos para que a universidade realizasse também manutenção do espaço.
Nesse sentido, o incêndio na Farmácia Escola Carlos Drummond de Andrade já foi anunciado com a continuidade da política de corte de gastos imposta pelo golpista e ex-presidente Michel Temer e agora pelo presidente ilegítimo Jair Bolsonaro. Diante dessa desse incidente, é possível concluir o que a direita golpista quer com o corte de gastos: retirar o direito da população de educar-se, de ter acesso à saúde e à cultura. Contra esse ataque sistemático à população, a manifestação nacional contra o Bolsonaro do dia 15 de maio mostrou o caminho a ser seguido: levar o Fora Bolsonaro e de todos os golpistas em todas as manifestações para barrar a ofensiva desse governo ilegítimo e impopular.