A Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) está sendo questionada pelo Ministério Público Federal sobre a aprovação de seis candidatos pelo sistema das cotas raciais, que, em tese, não teriam o fenótipo compatível com o negro, nem atenderiam os critérios étnico-raciais exigidos por lei. Uma suposta fraude nas autodeclarações destes alunos deu causa à instauração de um procedimento investigativo, em que a universidade deve se manifestar dizendo se possui um sistema de controle por heteroidentificação dos candidatos negros, para análise de sua aparência e características físicas.
A UFMT respondeu informando que, no ato da matrícula, já são adotados procedimentos de verificação da veracidade da autodeclaração dos estudantes por parte de uma comissão específica de ações afirmativas. Depois da avaliação, divulga-se a lista dos não eleitos, sujeita a recurso, para, em seguida, serem chamados os próximos candidatos da lista de cotas.
Nota-se, com isso, que o Ministério Público pretende controlar todos espaços universitários, inclusive os trabalhos oficiais de aferição das informações passadas pelos estudantes quando se declaram negros ou pardos. Na verdade, a direita quer acabar com a universidade pública, além de reduzir ou até mesmo eliminar a participação de negros e pobres nestes recintos. Avaliar a cor de pele de alguém é algo muito individual e subjetivo. Se o cidadão diz que é negro, é preciso considerá-lo negro, até porque o negro é oprimido na sociedade e só a ele deveria cabe analisar o preconceito pessoal sofrido. Assumir-se negro é colocar-se ao lado do oprimido.