Da redação – O Departamento de Química tomou para si a responsabilidade de higienizar as mãos dos agentes de repressão que assassinam e oprimem sistematicamente a população pobre, negra e os estudantes da própria universidade. Nesse gesto de “solidariedade” grotesco, foram produzidos 150 litros de álcool 70% para higienizar as viaturas e as mãos dos policiais. Na mesma semana, em que a burocracia universitária despejou os estudantes da moradia com a alegação de “falta de condições” de manter os estudantes ali durante a crise do coronavírus.
A iniciativa não se limita apenas para a cidade de Londrina, mas para toda região, chegando a proteger esses “homens de bem” em 89 cidades. O diretor do CCE (Centro de Ciências Exatas) o professor Silvano Cesar da Costa, avalia como positiva a parceria entre a Universidade, que era para ser um centro de desenvolvimento e progresso humano e a Polícia Militar, herança da ditadura e instituição extremamente reacionária. “Estamos contribuindo para a sociedade neste momento de pandemia”, afirma em entrevista concedida a agencia de notícias da própria universidade.
Segundo os grandes intelectuais desse projeto benevolente, o álcool foi para polícia porque eles são “linha de frente no combate a pandemia”. Não, não são os profissionais da saúde, muito menos a população, que está em extremo risco, é a polícia. Até porque o vírus vai ser combatido com cassetetes e balas.