Nesta quarta (19), a União Europeia realizou uma cúpula extraordinária para discutir a situação política de Belarus. No último dia 9, o país do Leste Europeu reelegeu o nacionalista Alexandre Lukashenko para o seu sexto mandato como presidente. A oposição, liderada por Svatlana Tsikhanouskaya, alegou fraude nos resultados eleitorais e reivindicou nova eleições no País, pedindo também sanções da UE a Belarus.
Ainda na quarta, a União Europeia anunciou que não reconhece as eleições presidenciais em Belarus, anunciando também sanções contra autoridades em decorrência de repressões que protestos contra o resultado sofreram.
Importante aliada de Belarus, a Rússia, por meio de comunicado considerou “inaceitável” classifica a pressão internacional uma forma de intervenção na política interna do País. O presidente eleito de Belarus afirmou que a oposição formou um “conselho de transição”, o que classifica como uma tentativa de golpe no País. Como medida de proteção, ainda, o presidente anunciou o reforço militar na fronteira ocidental do País, com a Polônia.
O presidente do conselho da UE, Charles Michel, em pronunciamento, afirmou que um dos motivos para as sanções é a repressão à manifestações contra o resultado eleitoral, quando manifestantes teriam sido feridos e presos pelas forças policiais de Belarus.
Apesar da roupagem democrática, as medidas da União Europeia contra o país do Leste Europeu fazem parte de uma investida golpista, impulsionada por interesses políticos e econômicos do bloco europeu. Ao pressionar Belarus, a UE fere os princípios de soberania nacional; o País não faz parte do bloco que forma a União e, portanto, não deveria sofrer intervenções da mesma. Tal ato só reforça o controle imperialista sobre os países atrasados e a face antidemocrática do bloco.
O caráter golpista da UE mostra-se mais claro quando vemos duas medidas diferentes sobre casos de repressão: no ano passado, a Polícia e membros do Exército francês protagonizaram grandes casos de repressão ao movimento operário, tendo chegado, em apenas um dia, a prender mais de 5 mil manifestantes (segundo o Instituto Humanista Unisinos), cerca de 70% do número de pessoas que teriam sido detidas em 4 dias de protestos em Belarus segundo o próprio presidente da UE.
Sobre o caso francês, que faz parte do bloco, a União Europeia absteve-se de comentar e nenhuma medida foi tomada. O fato revela que a repressão à população só serve para o bloco europeu para garantir seus interesses em um País, escancarando a intervenção golpista para derrubar um governo que não atende todos os interesses do imperialismo.