A Comissão Central de Eleições da Ucrânia, nesta segunda-feira (1º de abril), divulgou o resultado da votação do primeiro turno, que ocorreu neste domingo (31), para escolher o novo presidente do país. Irão para o segundo turno o comediante Volodymyr Zelensky, que conseguiu 30,4% dos votos e o atual presidente, Petro Poroshenko, que ficou com apenas 16,7%. O segundo turno ocorrerá no dia 21 de abril.
Essas eleições são continuidade do Golpe de 2014 na Ucrânia, o Euromaidan, manifestações pró-imperialistas que levaram a derrubada do então Presidente da época, Viktor Yanukovich. O Parlamento ucraniano destituiu-o com reputando-lhe incompetência. Sua saída representou a queda de um governo nacionalista e pró-Rússia e a entrada de um governo abertamente pró-imperialista (dos países centrais da União Europeia e dos EUA) e contrário à Rússia. Esse novo governo, o de Petro Poroshenko levou a cabo uma política de ameaças militares contra a Rússia como forma de demonstrar seu servilismo ao imperialismo norte-americano.
Após o Golpe de 2014, os grupos de extrema-direita e direita conseguiram tomar o espaço e, por fim, dominar o Parlamento ucraniano, não existindo mais, oposição da esquerda na Rada Suprema. O regime implantado por Poroshenko, semi-fascista, colocou, então, a esquerda na ilegalidade, seus partidos e sindicatos. Líderes da oposição foram presos e outros foram assassinados. Em 2017, o Parlamento extinguiu a atuação dos partidos comunistas e antes mesmo do golpe, grupos fascistas colocaram fogo na Casa de Sindicatos, em Odessa, sinalizando a maré que os movimentos populares iriam enfrentar.
A evolução do golpe levou o resultado do primeiro turno dessas eleições: não há oposição. O imperialismo cuidou de eliminar a oposição pró-Rússia por meio de uma política fascista. A mesma fraude articulada pelo imperialismo que levou o presidente ilegítimo Bolsonaro ao poder, retirando a oposição à força, prendendo e impedindo o ex-presidente Lula de participar eleições de 2018, cuidou de estabelecer um cenário eleitoral certo para a vitória do imperialismo na Ucrânia, dando ao povo o direito de “escolher” o melhor entre dois fascistas.