Na última sexta-feira (12) o Sindicato dos Bancários de Uberaba e Região (MG) denunciou a demissão de dezenas de funcionários realizada pelo Banco Mercantil do Brasil em plena pandemia do novo Coronavírus. Classificadas como “sumárias”, as demissões mandam para a rua da amargura os funcionários no início daquela que promete ser a maior crise financeira da história nacional, segundo diversos economistas da burguesia. Além disso, comprometem o atendimento ao público, composto em grande parte por idosos e pensionistas, integrantes do grupo de risco da Covid-19.
Segundo balanço divulgado no mês de Fevereiro, o Banco Mercantil do Brasil registrou um incremento de 127% em seu lucro, quando comparado os anos de 2018 e 2019. Ainda assim, a empresa não é signatária do compromisso de não-demissão assinado entre bancos e sindicatos de todo o país.
Desde o início da pandemia do novo Coronavírus, a burguesia dá sinais claros de que não ajudará em nada a população brasileira. Mesmo com a torneira de trilhões de reais aberta por Guedes para “socorrer” o sistema financeiro, os juros continuam altos, o crédito continua difícil e nem mesmo os funcionários dos bancos são poupados. Diversas denúncias dão conta de que funcionários que poderiam realizar teletrabalho, sem prejuízo das funções, estão sendo obrigados a se deslocar para agências e setores administrativos. As tarefas dos empregados afastados por estarem doentes ou por pertencerem a grupos de risco são divididas entre os outros funcionários, aumentado a sobrecarga já notoriamente desumana. Além disso, as metas de vendas de produtos estão mantidas, apesar da gigantesca crise econômica.
Contudo, promover demissões em série, como fez o Banco Mercantil do Brasil, é ainda mais grave. Mais uma vez o sistema financeiro capitalista demonstra com clareza por que precisa acabar. Só a estatização dos bancos, com a utilização das riquezas produzidas pelo povo em benefício do próprio povo, poderá evitar o período de grande miséria que se aproxima.
Assim, mais do que notas de repúdio estéreis, é imprescindível que os sindicatos ajam! É hora de chamar os trabalhadores para a mobilização. O momento exige ação para evitar que a situação piore ainda mais.