O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, declarou que continuará a importar petróleo e gás natural do Irã, apesar das sanções dos Estados Unidos. A declaração foi feita a jornalistas nesta sexta-feira (27/9), pouco antes voltar para seu país. Erdogan estava na Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.
Erdogan reconheceu que as empresas privadas turcas relutam em fazer transações com o Irã, com medo de sofrerem bloqueio do Tesouro norte-americano. Mas o Governo Turco e suas estatais não apenas continuarão a manter relações com o país vizinho, como pretendem aumentá-las. “Somos vizinhos do Irã e sanções nunca resolveram nada” – completou. O líder afirmou também que não acredita que os ataques ao campo de petróleo saudita tenham sido comandados por forças iranianas, e que maioria dos mísseis partiu do Iêmen.
No dia anterior, o Ministro de Relações Exteriores da Arábia Saudita – principal aliado dos EUA entre os países muçulmanos – exigiu que a ONU tomasse todas as medidas necessárias para colocar um fim na “agressiva conduta iraniana”. Ele culpou o Irã pelo ataque a estações de petróleo sauditas, e pediu que se intensificasse o bloqueio econômico ao país.
O imperialismo está tentando asfixiar a economia iraniana, para gerar caos e instabilidade – fórmula necessária para preparar uma invasão. Entretanto, a demonstração de autonomia do governo Turco é um exemplo de que outros países periféricos já não estão mais se subordinando aos ditames dos EUA.
A própria Arábia Saudita, apesar dos alegados ataques, não pediu uma reunião com o Conselho de Segurança da ONU, o que pode ser sinal de que nem esta agência imperialista esteja disposta a intervir na crise. Apenas o Pentágono ofereceu suporte para aumentar a tecnologia de defesa antiaérea dos árabes.
O presidente iraniano Hassan Rouhani – também em Nova Iorque – desafiou os críticos a fornecerem evidências de que o ataque à refinaria saudita teria partido de seu país. Os países imperialistas – EUA, França, Inglaterra e Alemanha – culparam o Irã pela destruição, que fez cair pela metade a produção de petróleo da Arábia Saudita. Rouhani denunciou também os ataques aéreos que estão sendo promovidos há vários anos da Arábia Saudita – com apoio dos EUA e Inglaterra – contra o Iêmen, causando uma verdadeira crise humanitária.
Fonte: https://www.aljazeera.com/news/2019/09/saudi-oil-attacks-latest-updates-190916102800973.html