Na última terça-feira (25) o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que os deputados federais Tabata Amaral (PDT) e Felipe Rigoni (PSB) podem mudar de partido sem perderem seus mandatos e sem ferir a fidelidade partidária uma vez que teriam sofrido “grave discriminação política”. Isto porque Tabata e Rigoni descumpriram deliberação dos seus respectivos partidos de votarem contra a reforma da previdência do governo Bolsonaro contra os trabalhadores.
O PSB e PDT, embora sendo partidos golpistas e aliados da burguesia, decidiram na época da votação da reforma da previdência devido à grande pressão contra a reforma, orientar que seus parlamentares votassem com a mesma diretriz, contra a reforma. Tabata e Rigoni, por sua vez, que não possuem qualquer lealdade ao seu eleitorado, muito menos qualquer compromisso com os trabalhadores vítimas da reforma, votaram a favor da reforma.
O compromisso e lealdade de Tabata e Rigoni são na verdade sua subserviência aos interesses capitalistas do grupo Lemann, são políticos marionetes e servidores do imperialismo e da burguesia que são inimigos do povo. Os dois, mais o deputado federal Renan Ferreirinha (PSB), são os grandes representantes de Jorge Lemman e suas empresas na Câmara dos Deputados.
Estes e mais vários outros políticos de menor envergadura fabricados pelas empresas Lemann para atender os seus interesses econômicos e políticos através do estado fazem parte do chamado movimento Acredito, que se descreve como uma “renovação política nacional e suprapartidário”. O movimento faz parte de um projeto com o objetivo de que empresas interfiram diretamente na política parlamentar usando demagogias com a “renovação” e a “nova política”, mas trazem a mesma sujeira burguesa de sempre: a interferência dos interesses capitalistas no estado para favorecer os empresários.
Nas eleições de 2018 a Fundação Lemann lançou 28 candidatos produzidos dentro do seu projeto. Vários desses escolhidos são verdadeiros contratados das empresas Lemann, que em troca de alguns favores e dos privilégios parlamentares servem como funcionários do grupo Lemann dentro do estado. Muitos destes funcionários, incluindo Tabata Amaral e Felipe Rigoni são agraciados com bolsas de estudo no exterior, o que serve para estes elementos da pequena burguesia como uma forma de ascensão carreirista, assim como também são os cargos públicos.
Não há portanto qualquer compromisso dos fantoches de Lemann, muito menos de Jorge Lemann, um dos capitalistas mais ricos do mundo, com a população ou com a renovação e todas as demais demagogias. O único interesse de Lemann é garantir os lucros e a livre exploração dos trabalhadores através das suas empresas, na tentativa de aprofundar no estado, através dos seus fantoches, a política neoliberal.
Para isto, Lemann, muito longe da renovação política, se utiliza da já conhecida e asquerosa manobra de comprar a burocracia estatal e os partidos burgueses, infiltrando seus capachos no parlamento. Partidos golpistas como PDT e PSB por exemplo, que venderam suas legendas para nomes indicados por Lemman, perceberam que a transação não valeu tão a pena assim ao verem o grupo Lemann dar as cartas no partido.
A decisão do TSE é uma demonstração de como funciona a manobra dos infiltrados no Congresso. A autonomia dos partidos foi completamente ignorada em prol da interferência das empresas capitalistas no estado e nos partidos.
Tabata e Rigoni pediram a desfiliação afirmando haver uma carta-compromisso entre seus partidos (PDT e PSB) e o movimento Acredito – financiado por Lemann e do qual os dois fazem parte. A carta assinada pelos partidos os compromete a respeitar “as autonomias política e de funcionamento, bem como a identidade do movimento e de seus representantes”, ou seja a se submeterem às vontades do Acredito.
Efetivamente isto não teria valor algum dada a autonomia e papel dos partidos políticos que possuem independência em vários aspectos, sendo esta uma das mais importantes premissas para o seu funcionamento , que possam seguir suas determinações e seu próprio programa sem intervenções, muito menos intervenção de um “movimento”; sendo ainda mais aberrante que esta interferência seja legitimada pelo TSE, o que demonstra que a intervenção dos capitalistas vai muito além dos partidos.
Embora haja um esforço destes “movimentos” para se colocarem como opção política, são iniciativas projetadas, criadas em laboratório imperialista (Harvad, Oxford, etc) para intervir na política nacional fazendo uso sempre de políticas impopulares, contrárias à vontade aos interesses dos trabalhadores e a favor dos capitalistas que esmagam o povo.
Tabata Amaral e os demais projetos decadentes da burguesia não representam sequer um movimento real, servem apenas como ponte entre o poder público e as empresas capitalistas, em uma campanha rasteira contra os partidos e sua independência para usar o estado a seu próprio favor além de alimentar impulsos carreiristas de elementos repugnantes que se vendem politicamente por bolsas de estudo no exterior e cargos parlamentares.